Marco Aurélio sobre atuação da PF contra Bolsonaro: “Enxovalha”
Para o jurista, a investigação conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes é "extremada" e tem levado ao desgaste da Corte
O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello afirmou que a Operação Tempus Veritatis, que mirou Jair Bolsonaro (PL) e seu entorno, “enxovalha o perfil” do ex-presidente. Para o jurista, a investigação conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes é “extremada” e tem levado ao desgaste do STF.
“Isso [as investigações] está sendo tocado de forma muito abrangente, o que implica desgaste para a instituição do Supremo. É hora de temperança, de se presumir não o excepcional, mas o corriqueiro, o ordinário. Não podemos partir do pressuposto de que todos são salafrários”, avalia o o ministro aposentado em entrevista à Veja.
Ainda de acordo com Marco Aurélio, a investigação precisa ser feita “sem açodamento”. “Uma busca e apreensão na casa de um cidadão enxovalha o perfil dele. Vamos apurar sem açodamento”, disse o ex-ministro.
Quatro presos
A operação deflagrada na quinta-feira, 8, apreendeu o passaporte de Bolsonaro e cumpriu mandados de busca e apreensão contra diversos auxiliares do ex-presidente. Ao todo, quatro pessoas foram presas, entre elas Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro.
O grupo é investigado por suposta tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro na Presidência da República, diante da iminente derrota nas urnas. Segundo a investigação, os suspeitos trabalhavam para invalidar o resultado das eleições de 2022.
Militares
Também atingido pelas investigações, o Exército reforçou na noite de segunda-feira, 12, uma mensagem que transmitiu no dia em que foi deflagrada a operação: vai colaborar com as investigações e aguardar seu desfecho para tomar as providências “quando necessárias”.
Em nota, o Exército disse que “prima pela legalidade e pela harmonia entre os demais entes da República” e reitera que “vem colaborando com as autoridades policiais nas investigações conduzidas”. Segundo os militares, “as providências, quando necessárias, serão tomadas em conformidade com as decisões jurídicas acerca do assunto”.
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