Bolsonaro recebeu plano de prender Moraes, Gilmar e Pacheco, diz PF
Segundo a PF, documento foi elaborado por Filipe Martins e pelo advogado Amauri Saad e entregue para o ex-presidente
O relatório da Polícia Federal que embasou a operação que mira o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta quinta-feira, 8, aponta Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, e o advogado Amauri Feres Saad como autores da minuta do golpe que foi apreendida na casa do ex-ministro Anderson Torres. Segundo a PF, o documento teria sido entregue ao ex-presidente Bolsonaro.
Ainda de acordo com o relatório, a primeira versão do documento teria o pedido de prisão do presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e dos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Conforme descrito, os elementos informativos colhidos revelaram que Jair Bolsonaro recebeu uma minuta de Decreto apresentado por Filipe Martins e Amauri Feres Saad para executar um Golpe de Estado, detalhando supostas interferências do Poder Judiciário no Poder Executivo e ao final decretava a prisão de diversas autoridades, entre as quais os ministros do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do Presidente do Senado Rodrigo Pacheco e por fim determinava a realização de novas eleições”, diz trecho do documento.
A Polícia Federal informou ainda que, posteriormente, o documento teria sido alterado a pedido de Bolsonaro. Segundo a PF, o ex-presidente solicitou que apenas a prisão de Moraes fosse decretada na minuta do golpe.
“Posteriormente foram realizadas alterações a pedido do então Presidente permanecendo a determinação de prisão do ministro Alexandre de Moraes e a realização de novas eleições”, diz o relatório da PF.
Os investigadores apontaram ainda que os voos feitos por Moraes entre os dias 14 e 31 de dezembro de 2022 foram monitorados pelos alvos da investigação.
“A análise dos dados confirmou que o ministro Alexandre de Moraes foi monitorado pelos investigados, demonstrando que os atos relacionados a tentativa de Golpe de Estado e Abolição do Estado Democrático de Direito, estavam em execução”, conclui a PF
Operação “Tempus Veritatis”
A operação da PF que mira o ex-presidente Bolsonaro e seu núcleo próximo de assessores foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes e batizada de “Tempus Veritatis”. Em bom latim, “a hora da verdade”.
A Polícia Federal solicitou que o ex-presidente da República entregue seu passaporte em um prazo de 24 horas.
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