PF busca elo entre ‘Abin paralela’ e atos de 8 de janeiro
Suspeita de policiais federais é que dados da Abin Paralela tenham sido usados para criar clima de ódio após as eleições
A Polícia Federal tem intensificado as investigações para buscar elos entre a “Abin paralela” e a organização dos atos de 8 de janeiro. Apesar disso, agentes que acompanham as investigações afirmaram a O Antagonista que a apuração sobre a busca desse vínculo está apenas em “estágio inicial”.
Até o momento, a PF realizou três operações para investigar o uso político da estrutura da Agência Brasileira de Inteligência e do software israelense First Mile. O aplicativo – desenvolvido pela empresa israelense Cognyte – foi adquirido ainda no governo Michel Temer por 5,7 milhões de reais. A expectativa dos agentes é que, em outros desdobramentos da operação, esse vínculo entre a “Abin paralela” e os atos de 8 de janeiro fique mais claro.
A operação realizada nesta segunda-feira, 29, pela Polícia Federal e que mirou o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) – filho do ex-presidente Jair Bolsonaro – foi autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes com base em uma troca de mensagens entre Alexandre Ramagem – ex-abin – e uma assessora parlamentar de Carlos chamada Luciana Almeida.
Inquéritos sob suspeita
Na mensagem, datada provavelmente de novembro de 2022, a assessora solicita informações sobre dois inquéritos em curso (73.630 e 73.637). Ambos tratavam de supostos crimes cometidos pelo então presidente da República e os seus filhos.
Na época, Ramagem não fazia mais parte da Abin. E a PF, nas diligências, disse que “os referidos inquéritos policiais não apresentam pertinência com os referidos Pr e 3 filhos”.
A Polícia Federal investiga se esses inquéritos citados na troca de mensagens são relacionados a apurações sobre a suposta interferência do Palácio do Planalto em ações da Polícia Rodoviária Federal.
As suspeitas entre Abin paralela e 8 de janeiro
A realização de operações mirando eleitores petistas e o bloqueio de estradas e rodovias após o segundo turno das eleições, com a leniência do então diretor-geral da PRF Silvinei Vasques, é visto por investigadores como dois fatos que, no futuro, desencadearam nos atos de 8 de janeiro.
Além disso, investigadores suspeitam que a partir da obtenção de informações via Abin, essas mensagens tenham sido amplificadas por meio do ‘Gabinete do Ódio’ e, assim, fomentado a revolta dos eleitores de Jair Bolsonaro. Essa revolta, na visão preliminar de investigadores, foi determinante para a organização e execução dos atos de 8 de janeiro.
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