O jornal Folha de S.Paulo informa nesta sexta-feira, 19, que o deputado federal paulista Guilherme Boulos (PSOL) (foto, usando óculos de realidade virtual durante viagem a Xangai) deve ter um encontro internacional com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, em julho.

Segundo o jornal paulistano, a ideia do encontro é colher impressões sobre projetos que Hidalgo instituiu em Paris, em especial o “cidade de 15 minutos”, sobre novas formas de mobilidade urbana.

Eis o que a Folha afirma:

“Boulos agora está na China, onde terá reuniões e eventos com autoridades de diferentes municípios até domingo (21). Em Xangai, ele foi recebido pelas direções da comissão de transportes da cidade e da Huaweii para discutir projetos de eletrificação de ônibus e monitoramento do trânsito com inteligência artificial.”

Ainda pré-candidato

Uma conversa entre um deputado federal brasileiro e autoridades estrangeiras passaria despercebida se não fosse um singelo detalhe: Boulos é pré-candidato à prefeitura de São Paulo, apoiado principalmente pelo presidente Lula.

Simbolicamente, esse tipo de encontro (ou notícia de encontro, já que de fato o evento ainda não ocorreu) sugere que Boulos já mira uma agenda de prefeito, antes mesmo de iniciado o processo eleitoral.

Significa necessariamente que Boulos não tem o direito de falar com quem quer que seja sobre boas iniciativas mundo afora? Óbvio que não. Mas é da natureza política se ter esse tipo de encontro bilateral apenas quando você é detentor de determinado cargo público, não quando ainda está lutando por ele.

Já ganhou?

Desde o anúncio de Marta Suplicy como vice, tanto aliados quanto adversários apontam o psolista como favorito na disputa pela prefeitura de São Paulo. Mas o jogo está longe de ter sido liquidado. Ricardo Nunes (MDB) já reagiu ao convocar Aldo Rebelo para seus quadros e seu conselho político. Isso pode embolar o cenário. Além disso, Boulos ainda terá que lidar com o fogo amigo da deputada federal Tabata Amaral (PSB).

Boulos pode até brincar de ser prefeito antes mesmo das eleições. Agora, historicamente, são vários os exemplos de pré-candidatos que queimaram a largada e se arrependeram amargamente ao incorporar o espírito do “já ganhou”. Até o Lula sofreu com isso.

Leia mais:

Lá vem o “Celtinha” ostentação de Boulos