Aprovação do governo desce a ladeira, mas Lula dobra a aposta
As pesquisas AltasIntel e Genial/Quest, divulgadas na terça-feira, 21, e nesta quarta, deveriam ter acendido a luz amarela do governo. Mostram uma tendência de queda de popularidade e...
As pesquisas AltasIntel e Genial/Quest, divulgadas na terça-feira, 21, e nesta quarta, deveriam ter acendido a luz amarela do governo. Mostram uma tendência de queda de popularidade e reprovação à política fiscal. Lula, no entanto, resolveu dobrar a meta. Felipe Neto entrou em campo para defender mais um imposto novo.
Vamos por partes. A pesquisa AtlasIntel mostra que a popularidade de Lula é mais sólida que a do governo, mas começa a se erodir. A do governo está numa curva descendente perigosa. Cresce o número de quem classifica o governo como ruim ou péssimo, e diminuem tanto os que classificam como ótimo e bom quanto aqueles que dizem ser regular.
O mais curioso dessa pesquisa, no entanto, é a parte em que se pergunta sobre áreas do governo. A que tem a maior taxa de classificação como péssima é responsabilidade fiscal. Logo em seguida, vêm duas, segurança pública e combate à corrupção.
Existe uma bomba armada, porque são três áreas em que Lula tem tido uma dificuldade imensa de mostrar serviço. Pior, tem apelado para patrulhamento de jornalistas e manifestações equivocadas de políticos, influencers e até da primeira-dama.
A questão da responsabilidade fiscal não é de fácil entendimento. Geralmente, a população reclama quando está com pouco dinheiro no bolso e ouve falar de criação de novos impostos a todo momento. É precisamente o que o governo tem feito.
A pior performance nesse sentido foi quando o governo resolveu taxar as compras internacionais de baixo valor, o famoso “imposto da brusinha da Shein”. A primeira-dama se meteu a dizer que era fake news e deu uma explicação atabalhoada.
Com o tempo, a realidade se impõe. O exército de influencers para espalhar a versão dela e atacar a reputação de quem contestava não conseguiu conter a realidade. Nas redes, as pessoas começaram a exibir as fotos e prints do absurdo de impostos que estavam pagando em compras de baixo valor, antes isentas.
No dia seguinte da pesquisa, o influencer Felipe Neto entra em campo para defender o imposto sobre youtubers. Novamente adota a linha Janja, de dizer que é tudo desinformação e o consumidor final não verá nenhuma diferença.
São dois pontos que terão efeito contrário. O primeiro é repetir o mesmo discurso dito na criação do imposto das pequenas compras internacionais. O segundo é um influencer tão grande e divisivo precisar entrar em campo para isso. Fica a impressão de que estão preparando o terreno porque a pancada é ainda maior do que pensamos.
Temos um governo que fala demais em gastar, sempre tem novos projetos e apresenta praticamente um novo imposto por semana. Não vemos ninguém falar de cortar nada. Dessa forma, não tem influencer que segure a onda e nem assassinato de reputação de jornalista que dê jeito.
A solução seria puxar o freio, falar em corte de gastos, diminuir os eventos de ostentação do casal presidencial e mostrar serviço. O que vemos, no entanto, é a decisão de dobrar a aposta.
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