A reeleição de Lula no país refém do voto útil A reeleição de Lula no país refém do voto útil
O Antagonista

A reeleição de Lula no país refém do voto útil

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Madeleine Lacsko
4 minutos de leitura 14.05.2024 19:33 comentários
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A reeleição de Lula no país refém do voto útil

Tanto Lula quanto Bolsonaro têm ótimas perspectivas para 2026. O país pode se dizer cansado da polarização narcísica e violenta entre os dois

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A reeleição de Lula no país refém do voto útil
Arte: O Antagonista

A pesquisa Genial/Quaest feita esta semana mostra que 55% dos brasileiros são contra dar mais uma chance ao presidente. Em seu terceiro mandato, Lula fez campanha jurando de pés juntos que não se candidataria à reeleição.

Mal começou o governo, já dizia em entrevista a jornalistas amigos que depende. Vai que precisam dele e que ele, mesmo com 81 anos, esteja com saúde impecável. Como negar?

Depois surge José Dirceu dizendo que Lula tem de ser candidato à reeleição mesmo e ainda quer mais um mandato para o PT a partir de 2030. Fernando Haddad já declarou que, para ele e para o PT, o candidato natural é Lula.

Nos bastidores, Lula já articula para ter um novo vice, do PMDB. Falam muito agora no filho de Jader Barbalho, o governador do Pará, Helder Barbalho. Simone Tebet também continuaria no páreo. O companheiro Alckmin e seu PSB parecem carta fora do baralho nos planos de futuro.

Jair Bolsonaro também prometeu que não se candidataria à reeleição. Em sua primeira campanha presidencial, era ousado. Prometia que acabaria com o instituto da reeleição, a começar por ele próprio, que não concorreria.

Depois, conforme o barco foi correndo, as coisas foram mudando. Passou a dizer que a promessa inicial era aprovar uma grande reforma política e daí não ser mais possível a reeleição de prefeitos, governadores e presidentes. Como a reforma não foi feita, ele é que não iria abrir mão de concorrer.

No final, concorreu, perdeu, jamais reconheceu a derrota e vive alimentando em seus seguidores a ideia de que algo esquisito aconteceu nas urnas. Afinal, ele é tido pelos devotos como o ex mais querido do Brasil.

Agora inelegível, articula um substituto para 2026. Do jeito que é a política nacional, nem sabemos se realmente será necessário. Aqui os políticos têm um trem expresso que os transporta em velocidade máxima do inferno ao céu.

Tanto Lula quanto Bolsonaro têm ótimas perspectivas para 2026. O país pode se dizer cansado da polarização narcísica e violenta entre os dois. Muitos eleitores podem manifestar que não aguentam mais o clima beligerante e a baixaria na arena política. Será da boca para fora.

Você pode amar ou odiar Lula e Bolsonaro, só não pode negar que são carismáticos e que têm uma base consolidada. Nas urnas, a última disputa foi apertadíssima. São nomes grandes. O brasileiro é refém do voto útil e os dois são grandemente beneficiados por essa ideia.

O eleitor não quer “perder o voto”, quer votar em quem vai ganhar, em quem acha que pode ter chances. Ao pensar assim anos antes da eleição, o brasileiro elimina as chances de surgimento de novas lideranças. Os nomes já consolidados obviamente reforçam isso para não perder poder. Ouvimos as pessoas dizerem que querem um fulano, nome novo, mas essa ainda não é a vez dele. Daí é que não vai ser mesmo, já que o inviabilizam antes de voar.

Os reféns do voto útil vão eternamente votar em quem não querem que seja eleito. Com isso tentam evitar que outra pessoa, que querem menos ainda, seja eleita. Como andamos em campanha eleitoral permanente há uns 10 anos, os candidatos serão sempre os mesmos. O Brasil pode dizer aos quatro ventos que cansou de Lula e não o quer de novo. Se vai deixar de votar nele são outros quinhentos.

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