Padre admite que pagou com doações homens que ameaçaram revelar seus supostos casos amorosos
Em depoimento ao Ministério Público de Goiás no processo de extorsão do qual foi vítima, o padre Robson de Oliveira admitiu que fez pagamentos usando dinheiro da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe)...
Em depoimento ao Ministério Público de Goiás no processo de extorsão do qual foi vítima, o padre Robson de Oliveira admitiu que fez pagamentos usando dinheiro da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe).
Foram mais de R$ 2,9 milhões, segundo o próprio sacerdote, repassados aos homens que ameaçavam tornar público os supostos casos amorosos do sacerdote que comanda a segunda maior basílica do país.
Esse processo resultou na Operação Vendilhões, deflagrada na semana passada e que investiga o desvio de R$ 120 milhões doados por fiéis à Afipe.
O G1 publicou trechos do depoimento do padre.
De acordo com a Justiça, os homens ameaçavam revelar dois supostos casos amorosos do padre, incluindo com um deles. O padre disse que teve seu celular e suas contas de e-mail invadidas.
“São todas insídias muito fortes, causam intimidação e também muita confusão na cabeça. Se eu agi mal em alguma coisa, eu agi de boa-fé, colocando as coisas na tentativa de se resolver”, afirmou o padre Robson no depoimento.
Os pagamentos foram feitos com dinheiro em espécie, deixado em carros em frente a um condomínio fechado de Goiânia e no estacionamento de um shopping da capital goiana.
O padre explicou a origem do dinheiro vivo:
“A gente tem nas economias internas nossas, cotidianas ali, que a gente vai juntando. São valores de vendas de santinho, de dinheiro que chega lá, mais de três mil cartas [formas de doações à Afipe em que a pessoa recebe em casa o pedido de doação]. Então, às vezes, tem dinheiro aqui, dinheiro ali e a gente vai juntando.”
A defesa de Robson disse que “reforça que todo o conteúdo das mensagens [dos homens que chantagearam o padre] é falso, o que comprova que ele foi vítima de criminosos de altíssima periculosidade”. Afirmou também que “os responsáveis já foram condenados pelo Judiciário e cumprem rigorosas penas”. E disse, ainda, que o religioso “não tem e nunca teve nenhum patrimônio”.
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