Os mortos e os vivos
Mario Sabino, na Crusoé: "Quantos mortos existem na sua vida? Na minha, há vários, desde cedo. Mario, Italia, Dinorah, Trento, Jorge, Futin, João, Lourdes, Alberto, Olga, Alice, Maurinho, Regina, Alba, Nelson, Musa, Nicolau, Antônio, Tales, Sarita, Renato, Sergio, Maurício, Vera… É, naturalmente, uma lista que tende a aumentar com o tempo, até que você acaba incluído em elenco semelhante. Neste momento, um deles, Mario, parece me observar. Mario retrato na parede olha Mario que virará retrato digital num telefone aposentado..."
Mario Sabino, na Crusoé:
“Quantos mortos existem na sua vida? Na minha, há vários, desde cedo. Mario, Italia, Dinorah, Trento, Jorge, Futin, João, Lourdes, Alberto, Olga, Alice, Maurinho, Regina, Alba, Nelson, Musa, Nicolau, Antônio, Tales, Sarita, Renato, Sergio, Maurício, Vera… É, naturalmente, uma lista que tende a aumentar com o tempo, até que você acaba incluído em elenco semelhante. Neste momento, um deles, Mario, parece me observar. Mario retrato na parede olha Mario que virará retrato digital num telefone aposentado.
Não penso obsessivamente na morte, mas é um tema que se torna insidioso quando você tem como expectativa não mais do que vinte anos pela frente, se nada der muito errado. Sim, eu sei, para morrer basta estar vivo, todos podem morrer daqui a um segundo, não importa a idade. De qualquer forma, não é de todo mau pensar na morte como o desenlace do envelhecimento que vai se desenhando no espelho. E aceitar com certa resignação que você terá um fim e, apesar dele, os dias continuarão a ser dias e as noites continuarão a ser noites.”
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