Naya Rivera e a lembrança de São José do Rio Preto
Mario Sabino, na Crusoé, faz um paralelo entre a morte da cantora e atriz americana Naya Rivera e um episódio que ocorreu com ele, na infância...
Mario Sabino, na Crusoé, faz um paralelo entre a morte da cantora e atriz americana Naya Rivera e um episódio que ocorreu com ele, na infância:
“Afundei, sem ter prendido o fôlego, e continuei afundando enquanto me debatia no azul. Havia um buraco negro no fundo da piscina. Parecia ser um garagem da qual eu me aproximava e aproximava. ‘Não posso entrar na garagem’, eu pensava. A minha visão já escurecia quando fui puxado pelos cabelos que começariam a escassear dali a catorze anos. Um menino de onze, doze anos, tentava me salvar da maneira que podia. Mas ele não tinha força suficiente para me segurar por muito tempo, enquanto gritavam por socorro — eu emergia e submergia, sem tempo para respirar o bastante. A visão da garagem ia e voltava, até que um funcionário do clube me tirou da piscina. Não cheguei a perder os sentidos, mas entrei em estado de torpor. Cancelei da minha memória o resto da viagem, apenas sei que ela foi encurtada por causa do incidente. Só voltaria a entrar numa piscina aos dez anos.
A garagem do fundo da piscina do Automóvel Clube de São José do Rio Preto voltou a me assombrar com a notícia do afogamento da cantora e atriz americana Naya Rivera, num lago da Califórnia. Eu nunca ouvira falar no seu nome, nunca assisti a um episódio da série Glee, da qual era uma das protagonistas, nem conheço qualquer música cantada por ela. Mas Naya permanecerá afundando comigo até que eu seja salvo a cada vez da lembrança do meu quase afogamento.”
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