Jerônimo Teixeira na Crusoé: “As minorias estridentes e o país silenciado”
Popularizada pelo mais caviloso dos presidentes americanos, a expressão ‘maioria silenciosa’ talvez já não tenha mais sentido agora que todos fazem barulho nas redes sociais, diz Jerônimo Teixeira na Crusoé...
Popularizada pelo mais caviloso dos presidentes americanos, a expressão ‘maioria silenciosa’ talvez já não tenha mais sentido agora que todos fazem barulho nas redes sociais, diz Jerônimo Teixeira na Crusoé.
“Richard Nixon não foi o primeiro a falar em ‘maioria silenciosa’. Mas coube ao presidente que renunciaria em meio ao escândalo de Watergate conferir às duas palavras o sentido político com que as entendemos hoje. Ao final do discurso de 3 de novembro de 1969, no qual expôs seu plano para uma retirada gradual e negociada das tropas americanas que então combatiam no Vietnã, Nixon pediu o apoio da ‘grande maioria silenciosa’. ‘Vamos nos unir pela paz. Vamos nos unir contra a derrota’, conclamou. Momentos antes, ele afirmara que os Estados Unidos não teriam futuro como ‘nação livre’ se prevalecesse a vontade da ‘minoria estridente’ que pregava o encerramento imediato e incondicional da guerra na Ásia.”
“Desde então, tornou-se clichê a ideia de que a maioria conservadora, sempre preocupada com os boletos e a hipoteca da casa, não tem tempo ou disposição para proclamar seus pontos de vista nas ruas, enquanto uma minúscula militância radical faz barulho em passeatas, protestos, manifestações, ocupações e entrevistas à imprensa esquerdista. Nixon, porém, não traçou exatamente essa caricatura no seu discurso mais famoso. Certas coisas que ele disse então não seriam palatáveis para a direita populista que conhecemos hoje.”
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