O assédio no ambiente de trabalho compromete o desempenho dos funcionários, conforme aponta um estudo publicado na Journal of Applied Psychology.

Realizada por Rui Zhong, Sandra L. Robinson e outros pesquisadores, a pesquisa, intitulada Workplace Aggression and Employee Performance: A Meta-Analytic Investigation of Mediating Mechanisms and Cultural Contingencies, revela que o assédio — incluindo bullying e intimidação verbal — afeta negativamente não só as tarefas diárias dos funcionários, mas também seu comportamento de cidadania organizacional (ações voluntárias em prol da empresa) e incentiva o comportamento desviante, que inclui atitudes prejudiciais ao ambiente corporativo.

A análise, que compreende uma revisão de 405 estudos empíricos e uma amostra total de 149.341 participantes em 36 países, identifica cinco principais mecanismos que ajudam a explicar como o assédio impacta o desempenho dos empregados: qualidade dos relacionamentos, percepção de justiça, estresse psicológico, afeto negativo e autoavaliação. Dentre esses mecanismos, apenas a qualidade dos relacionamentos e a autoavaliação mostraram-se consistentes em afetar todos os tipos de desempenho analisados.

Impacto nos diferentes tipos de desempenho

O estudo revela que o impacto do assédio nas tarefas diárias é mais diretamente explicado pela autoavaliação e pelo afeto negativo — ou seja, pela percepção dos funcionários sobre si mesmos e por sentimentos negativos gerados pela hostilidade.

No que diz respeito ao comportamento de cidadania organizacional, a qualidade dos relacionamentos tem um papel central: ambientes tóxicos corroem a disposição dos empregados em agir de forma voluntária e colaborativa.

Já o comportamento desviante, que inclui ações como sabotagem e atitudes passivo-agressivas, é amplificado pelo afeto negativo, mostrando como o ambiente de trabalho hostil pode prejudicar ainda mais a organização.

Recomendações para as empresas

Os pesquisadores recomendam que as empresas implementem políticas rigorosas para combater o assédio no trabalho, como treinamento de lideranças para identificar e mitigar comportamentos agressivos, além da criação de canais seguros e anônimos para denúncias.

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