Caso de doença raríssima é registrada no Rio de Janeiro
O caso foi tão relevante que virou tema de um artigo da revista científica "European Surgery - Acta Chirurgica Austriaca" e foi discutido no 17° Congresso Europeu Colorretal na Suíça.
O Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier – Zona Norte, apresentou um caso excepcional, um paciente com um divertículo gigante, uma condição extremamente rara, com menos de 200 casos registrados em todo o mundo. O caso foi tão relevante que virou tema de um artigo da revista científica “European Surgery – Acta Chirurgica Austriaca” e foi discutido no 17° Congresso Europeu Colorretal na Suíça.
O que é a doença Divertículo Gigante?
Divertículo gigante é uma anomalia caracterizada por um aumento exagerado do tamanho das bolsas ou saquinhos que surgem na parede de alguns órgãos, como o intestino, por exemplo, devido à pressão alta no interior desses órgãos.
Segundo o Hospital Municipal Salgado Filho, a formação inflamatória detectada no paciente tinha um tamanho gigante, com dimensões de 13 x 12 x 10cm na região abdominal. Em comparação, os divertículos geralmente têm entre 4 e 9cm de diâmetro.
Detalhes sobre o caso do paciente
O paciente é um homem de 62 anos que relatou dor abdominal constante e uma drástica perda de peso em sua consulta. Desconfortos que sofria há pelo menos dois meses. Após ser examinado e diagnosticado, foi operado no Hospital Salgado Filho e está totalmente recuperado.
“O fato de o estudo ter sido publicado nesse congresso, muito restrito e respeitado, é o maior sinal da importância que ele tem”, afirmou o cirurgião Alexandre Fiuza, um dos autores do estudo e responsável pela cirurgia do paciente.
Cabe destacar que a família Fiuza teve um papel crucial neste estudo. Alessandro Fiuza, com 30 anos de experiência em cirurgia, liderou a operação para extrair o tecido inflamado. Leonardo Fiuza, filho de Alexandre e residente médico, foi responsável pelo atendimento ambulatorial e pela descoberta do caso por meio de uma tomografia computadorizada. Por fim, Débora Fiuza, também filha de Alexandre e cineasta, preparou o vídeo de apresentação enviado para o conselho de revisão do congresso na Suíça.
A descoberta e a resolução do caso
O exame clínico realizado na sala de emergência revelou uma massa mole, palpável e dolorosa no flanco esquerdo do abdômen do paciente. Quando viram o resultado da tomografia computadorizada, os médicos ficaram surpresos com o tamanho da inflamação.
“Nunca havíamos ouvido falar em divertículo gigante. Pesquisamos e vimos que os casos eram raríssimos. Foi uma surpresa muito grande, que começou com um paciente com queixa de dor na barriga”, comenta Leonardo Fiuza.
Levando isso em conta, uma cirurgia de laparotomia exploradora foi realizada uma semana depois, confirmando a existência de massa inflamatória na parede abdominal e no cólon sigmoide, que fica na porção final do intestino grosso. A cirurgia ocorreu sem complicações e o paciente recebeu alta quatro dias depois.
“Ficamos muito orgulhosos pelo fato de o Hospital Salgado Filho ser representado na Suíça, com um trabalho superinteressante sobre um caso tão raro”, conclui Leonardo Fiuza.
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