TCU virou casa da mãe Joana
Como noticiamos mais cedo, o ministro Bruno Dantas, afilhado político de Renan Calheiros no TCU, quer que a Alvarez & Marsal revele quanto pagou a Sergio Moro, na saída do ex-juiz da empresa, em outubro deste ano. Dantas acolheu pedido feito por Lucas Furtado, que não é o procurador natural do caso...
Como noticiamos mais cedo, o ministro Bruno Dantas, afilhado político de Renan Calheiros no TCU, quer que a Alvarez & Marsal revele quanto pagou a Sergio Moro, na saída do ex-juiz da empresa, em outubro deste ano. Dantas acolheu pedido feito por Lucas Furtado, que não é o procurador natural do caso, cuja responsabilidade é de Júlio Marcelo de Oliveira.
Além de ser uma postura antiética, oficiar em processo de outro colega é violação de dever funcional e deveria ser alvo de apuração pela Procuradoria-Geral.
O próprio Furtado, que fez o mesmo numa representação que questiona as diárias da extinta força-tarefa da Lava Jato, admite a afronta, com absoluta naturalidade, em trecho do despacho de duas páginas (leia aqui), acatado na íntegra pelo ministro.
“Destaco, por fim, que não sou o membro do MPTCU sorteado para oficiar nos autos, motivo pelo qual encaminho minhas considerações por meio deste ofício a fim de que Vossa Excelência avalie previamente a pertinência da temática.”
Ao acolher o pedido sem observar o princípio do procurador natural, Dantas também reforça a impressão de que o TCU estaria sendo usado pela dupla para perseguição política de Moro, jogando no lixo o que resta de reputação do tribunal.
A peça produzida pelo animado procurador tampouco tem fundamentação jurídica, apoiando-se na teoria conspiratória petista que pretende associar o ex-juiz da Lava Jato à CIA ou algo que o valha.
“Considerando que informações obtidas em análise preliminar e constantes destes autos (à exemplo da peça 21) indicam existir no quadro societário da empresa agentes ligados a setores de inteligência dos Estados Unidos da América“, alega Furtado, baseando-se, provavelmente, em vozes de sua cabeça.
É uma vergonha.
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