Marçal pipocou no debate, mas pode compensar com os cortes em redes
Pablo Marçal pode não ter impressionado no debate ao vivo, mas seus cortes nas redes sociais são habilidosamente editados
O debate prometia ser eletrizante, mas a montanha pariu um rato. Houve muita baixaria, pouca proposta e poucas trocas inteligentes ou empolgantes. Dos candidatos que se destacaram, apenas dois conseguiram mostrar algo novo ao público: o prefeito Ricardo Nunes e a candidata Tábata Amaral. Ambos conseguiram expandir sua base de apoio ao apresentar uma performance sólida e estrategicamente calculada.
José Luiz Datena e Pablo Marçal entraram no debate com altas expectativas, inclusive da minha parte, por serem mestres em comunicação. Datena, com seus 26 anos de experiência apresentando programas ao vivo, e Marçal, com sua impressionante capacidade de dominar o palco em palestras e sabatinas. No entanto, ao se depararem com o formato engessado do debate – perguntas com tempo calculado para resposta – ambos fracassaram em entregar o que se esperava. Falharam bastante em gerenciar o tempo.
Guilherme Boulos, por sua vez, já é veterano em debates, tendo participado de eleições majoritárias anteriormente. Ele se saiu bem na estratégia, mas está carregando dois fardos pesados que limitam sua capacidade de expandir seu público. O primeiro é a relutância em dizer que a Venezuela é uma ditadura. O outro é ter inocentado Janones no Conselho de Ética da Câmara no caso das rachadinhas.: O PT cobrou alto pelo apoio. Esses temas não têm nada a ver com administrar São Paulo, mas estão na boca do povo e vão persegui-lo até o fim da campanha.
Hoje em dia, o impacto de um debate se divide em dois momentos: o debate ao vivo e os cortes nas redes sociais. O público do debate completo não chega nem perto ao tamanho do público dos cortes. O verdadeiro campo de batalha é online, onde os cortes e edições dos candidatos definem a opinião de muitos eleitores.
Pablo Marçal pode não ter impressionado ao vivo, mas seus cortes nas redes sociais são habilidosamente editados. Ele mesclou suas falas do debate com outras declarações, suavizando o tom nervoso que exibiu inicialmente. Ao confrontar Ricardo Nunes, Marçal demonstrou nervosismo e acabou performando mal. Porém, nas redes, suas edições fazem com que essa fragilidade desapareça, destacando apenas os melhores momentos.
Datena, por outro lado, gaguejou durante todo o debate, o que foi rapidamente capturado e amplificado nas redes sociais. Montagens que o mostram repetindo suas falhas de fala circulam amplamente, prejudicando sua imagem.
Tábata Amaral adotou uma nova estratégia, tornando-se uma “franco-atiradora”. Ela não apenas criticou seus adversários, mas trouxe à tona questões legais e condenações, algo que nenhum outro candidato fez. Ricardo Nunes, por sua vez, usou sua posição como prefeito para elencar toda sua propaganda positiva, enumerando realizações na administrações da cidade. Também conseguiu atacar seus oponentes, especialmente Datena e Boulos, enquanto tentava se posicionar ideologicamente, dada sua aliança com Jair Bolsonaro.
No fim das contas, Ricardo Nunes se destacou como o mais calmo no debate, enquanto Tábata Amaral se firmou como uma candidata incisiva e sem medo de atacar. Já os outros, especialmente Marçal e Datena, acabaram murchando. A questão que resta é se a impressão deixada no debate coincidirá com a percepção nas redes sociais. Afinal, com um eleitorado preguiçoso e reativo, o peso de uma boa equipe de edição de vídeos pode ser tão importante quanto a performance ao vivo.
Marçal pipocou no debate, mas pode compensar com os cortes em redes
Pablo Marçal pode não ter impressionado no debate ao vivo, mas seus cortes nas redes sociais são habilidosamente editados
O debate prometia ser eletrizante, mas a montanha pariu um rato. Houve muita baixaria, pouca proposta e poucas trocas inteligentes ou empolgantes. Dos candidatos que se destacaram, apenas dois conseguiram mostrar algo novo ao público: o prefeito Ricardo Nunes e a candidata Tábata Amaral. Ambos conseguiram expandir sua base de apoio ao apresentar uma performance sólida e estrategicamente calculada.
José Luiz Datena e Pablo Marçal entraram no debate com altas expectativas, inclusive da minha parte, por serem mestres em comunicação. Datena, com seus 26 anos de experiência apresentando programas ao vivo, e Marçal, com sua impressionante capacidade de dominar o palco em palestras e sabatinas. No entanto, ao se depararem com o formato engessado do debate – perguntas com tempo calculado para resposta – ambos fracassaram em entregar o que se esperava. Falharam bastante em gerenciar o tempo.
Guilherme Boulos, por sua vez, já é veterano em debates, tendo participado de eleições majoritárias anteriormente. Ele se saiu bem na estratégia, mas está carregando dois fardos pesados que limitam sua capacidade de expandir seu público. O primeiro é a relutância em dizer que a Venezuela é uma ditadura. O outro é ter inocentado Janones no Conselho de Ética da Câmara no caso das rachadinhas.: O PT cobrou alto pelo apoio. Esses temas não têm nada a ver com administrar São Paulo, mas estão na boca do povo e vão persegui-lo até o fim da campanha.
Hoje em dia, o impacto de um debate se divide em dois momentos: o debate ao vivo e os cortes nas redes sociais. O público do debate completo não chega nem perto ao tamanho do público dos cortes. O verdadeiro campo de batalha é online, onde os cortes e edições dos candidatos definem a opinião de muitos eleitores.
Pablo Marçal pode não ter impressionado ao vivo, mas seus cortes nas redes sociais são habilidosamente editados. Ele mesclou suas falas do debate com outras declarações, suavizando o tom nervoso que exibiu inicialmente. Ao confrontar Ricardo Nunes, Marçal demonstrou nervosismo e acabou performando mal. Porém, nas redes, suas edições fazem com que essa fragilidade desapareça, destacando apenas os melhores momentos.
Datena, por outro lado, gaguejou durante todo o debate, o que foi rapidamente capturado e amplificado nas redes sociais. Montagens que o mostram repetindo suas falhas de fala circulam amplamente, prejudicando sua imagem.
Tábata Amaral adotou uma nova estratégia, tornando-se uma “franco-atiradora”. Ela não apenas criticou seus adversários, mas trouxe à tona questões legais e condenações, algo que nenhum outro candidato fez. Ricardo Nunes, por sua vez, usou sua posição como prefeito para elencar toda sua propaganda positiva, enumerando realizações na administrações da cidade. Também conseguiu atacar seus oponentes, especialmente Datena e Boulos, enquanto tentava se posicionar ideologicamente, dada sua aliança com Jair Bolsonaro.
No fim das contas, Ricardo Nunes se destacou como o mais calmo no debate, enquanto Tábata Amaral se firmou como uma candidata incisiva e sem medo de atacar. Já os outros, especialmente Marçal e Datena, acabaram murchando. A questão que resta é se a impressão deixada no debate coincidirá com a percepção nas redes sociais. Afinal, com um eleitorado preguiçoso e reativo, o peso de uma boa equipe de edição de vídeos pode ser tão importante quanto a performance ao vivo.