Ivo Patarra na Crusoé: A omissão do governo Lula nas emendas
Ao lado de Bolsonaro, o petista resistiu às recomendações de órgãos de controle
De modo geral, a imprensa procura atribuir ao Congresso Nacional a responsabilidade por eventuais desvios de dinheiro das emendas parlamentares, mas o principal culpado é o governo federal.
Cabe ao Poder Executivo administrar o Orçamento da União e isso pressupõe fazer concorrências públicas com seriedade antes de contratar, fiscalizar, controlar a correta destinação dos recursos públicos e pagar preços justos pelos serviços realizados.
Faz cinco anos que o sistema de concessão de emendas políticas, forjado durante o mandato de Jair Bolsonaro, se tornou a principal moeda de troca no eterno “toma lá, dá cá” que baliza as relações entre o Palácio do Planalto e o Poder Legislativo.
Antes, tivemos expedientes que ficaram conhecidos como os escândalos do mensalão e o dos petroladrões, sendo este o maior de todos os tempos.
Nos últimos 20 anos, a história do Brasil mostrou claramente que políticos são céleres em fazer desaparecer recursos coletados da sociedade por meio dos impostos, dinheiro que deveria financiar o desenvolvimento do país.
Nos tempos de hoje, deputados federais e senadores exigem emendas secretas como contrapartida ao apoio que “emprestam” ao presidente da República, num jogo perigoso que também favorece o governo federal – e a prova disso é a ausência de instrumentos de controle por parte do Executivo, que fecha os olhos e permite aos congressistas darem destinos sem transparência para o dinheiro do povo.
Se não houver fiscalização para valer, verbas somem em licitações de cartas marcadas, contratos emergenciais, superfaturamento, aditamentos de contrato, sobrevalorização de bens e mercadorias adquiridos pelo Poder Público, fraudes e demais maracutaias, numa roubalheira sem limites.
Em resumo: temos uma classe política e grupos econômicos cada vez mais ricos, enquanto largos contingentes da população seguem desassistidos.
Em 2025, serão mais de R$ 50 bilhões em emendas parlamentares – a bagatela de quase R$ 85 milhões, em média, para cada um dos 594 deputados federais e senadores.
Alguns, os chefões do Congresso, manipulam valores bem mais altos que os colegas do chamado baixo clero, mas é razoável estimar em ao menos R$ 50 milhões…
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