Cadê os juízes que deveriam estar lá?
As repercussões da guerra entre Jair Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes (ambos na foto) tem ultrapassado os autos dos inquéritos. A repórter Malu Gaspar, de O Globo, informa que "por causa dos ataques do chefe do Executivo às urnas eletrônicas e das retaliações do Tribunal Superior Eleitoral, há uma vaga de ministro-substituto do TSE e seis vagas abertas para TREs de seis estados que ainda não foram preenchidas", faltando menos de dois meses para o primeiro turno das eleições...
![Cadê os juízes que deveriam estar lá?](https://cdn.oantagonista.com/uploads/2022/01/Moraes-e-Bolsonaro-1024x576.jpg)
As repercussões da guerra entre Jair Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes (ambos na foto) tem ultrapassado os autos dos inquéritos. A repórter Malu Gaspar, de O Globo, informa que “por causa dos ataques do chefe do Executivo às urnas eletrônicas e das retaliações do Tribunal Superior Eleitoral, há uma vaga de ministro-substituto do TSE e seis vagas abertas para TREs de seis estados que ainda não foram preenchidas”, faltando menos de dois meses para o primeiro turno das eleições.
O motivo, segundo a repórter, é que Jair Bolsonaro engavetou a lista tríplice para ministro-substituto do TSE, enviada pelo tribunal no início de maio, a partir da qual teria de escolher um nome. Achou a composição da lista “hostil“ a ele e uma “provocação“, por contar com advogados que fizeram pareceres a favor do PT e atacaram o bolsonarismo. Diante do engavetamento presidencial, Alexandre de Moraes resolveu “paralisar seis listas tríplices para preencher vagas de juízes em seis tribunais regionais eleitorais”, por meio de pedidos de vista. Os tribunais afetados são os do Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Paraíba e Piauí. Ou seja, o conjunto da obra pode afetar julgamentos de registros de candidaturas, cassações de registros e até anulações de eleições.
O Colégio Permanente de Juristas da Justiça Eleitoral (sim, existe um) pediu a Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes pressa na escolha dos juízes, mas, aparentemente, não obteve resposta.
A impressão que fica é que a guerra entre ambos virou mesmo assunto particular, e isso não é bom para o Brasil. Dois erros não fazem um acerto ou meio acerto. Tanto um lado como o outro deveriam baixar a bola e pensar mais nas instituições que, afinal de contas, têm de continuar funcionando na prática, não apenas em sentido figurado. Essa é a defesa da democracia a ser feita.
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