Alexandre Soares na Crusoé: Os anti-woke já enchem uma sala grandinha
Manifesto que pede às pessoas pararem de serem histéricas conta com 407 assinaturas de diretores, atores e roteiristas
O que poderia ser mais normal, inofensivo, justo, quase banal, do que um grupo de cineastas e roteiristas brasileiros pedindo que as pessoas parem de ser histéricas em relação à cor de pele dos outros? Que parem um pouco a histeria pelo menos na hora de fazer filmes, séries e novelas? Nada, me parece.
No entanto, como tenho cento e oito anos, e não sei o que está acontecendo no mundo, fiquei surpreso quando a imprensa descreveu como levemente sinistro um evento em que isso aí mesmo era defendido timidamente.
Newton Cannito, que escreveu a novela Joia Rara, pela qual recebeu um Emmy, e o filme Sílvio, além de dezenas de outros projetos, e Josias Teófilo, que lançou o filme O Jardim das Aflições, sobre Olavo de Carvalho, e escreve aqui na Crusoé, lançaram um Manifesto Anti-Woke no final de outubro, e logo em seguida fizeram um evento com diretores, atores e roteiristas anti-woke, entre os quais estava eu.
Não sei quantas pessoas eram, mas encheu uma sala razoavelmente grande.
Pelo que conversei com as pessoas, havia por lá centristas, bolsonaristas, libertários, isentões, esquerdistas (da velha guarda) e pelo menos um comunista (da ainda mais velha guarda, evidentemente). Fiquei surpreso.
Eu, que trabalhei quinze anos no audivisual brasileiro, achava que só havia uns três roteiristas brasileiros anti-woke — e que eu conhecia todos.
Por pequenos sinais, nós três ou quatro fomos nos reconhecendo, aqui e ali. Notávamos alguma coisa de estranho um no outro.
Talvez fosse a falta de fervor com que fingíamos concordar com os discursos dos outros roteiristas brasileiros, ou dos atores quando nos reuníamos com os atores, ou com diretores, produtores, executivos, etc (pois todos pró-woke…
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