Agressão de Maduro à Guiana é teste verdadeiro para o Brasil
Nicolás Maduro, o bufão que tiraniza a Venezuela, nomeou nesta terça-feira, 5, um general de seu Exército para administrar 70% do território de um outro país, a Guiana. Ele também mandou distribuir pelas escolas um novo mapa da Venezuela, com a região guianense de Essequibo anexada. Depois do plebiscito de domingo, sobre o projeto de assaltar a nação vizinha, foram passos adicionais no sentido de conturbar a vida da América do Sul. E o que Lula fez até agora?...
Nicolás Maduro, o bufão que tiraniza a Venezuela, nomeou nesta terça-feira, 5, um general de seu Exército para administrar 70% do território de um outro país, a Guiana. Ele também mandou distribuir pelas escolas um novo mapa da Venezuela, com a região guianense de Essequibo já anexada. Depois do plebiscito de domingo, sobre o projeto de assaltar a nação vizinha, foram passos adicionais no sentido de conturbar a vida da América do Sul. E o que Lula fez até agora? Mandou seu chanceler das sombras, Celso Amorim, conversar com o ditador. E disse em público “esperar que o bom senso prevaleça” – sendo que o bom senso já morreu há décadas no regime venezuelano.
Lula tem na política externa um dos aspectos mais grotescos de seu governo. O presidente gostaria de ser visto como um anjo da paz, apto a mediar conflitos mesmo onde o Brasil não tem nenhum poder de barganha ou influência. Mas ele é um anjo torto e de boca mole que, além de sonhar com uma nova ordem mundial encabeçada por autocracias, costuma rasgar suas credenciais como mediador logo na primeira fala sobre um conflito internacional.
Ele fez isso no caso da Ucrânia, ao afirmar que o país é tão culpado quanto a Rússia pela invasão do seu próprio território e pela morte de milhares de seus cidadãos. Fez isso também no caso de Israel, negando-se a ver o Hamas como aquilo que é: um grupo terrorista e jihadista, cujo propósito nunca foi costurar entendimentos políticos, mas riscar Israel da existência. Nem Ucrânia nem Israel levam o Brasil a sério.
O conflito inventado por Maduro é diferente desses outros por estar nas fronteiras do Brasil. O país não tem apenas condições, mas o dever de interferir nos acontecimentos, inclusive para proteger o território e a população brasileiros. Desta vez, Lula terá de agir de maneira efetiva. Será capaz de fazer isso ou dirá que a Guiana é tão “culpada” quanto Maduro pela violência política e retórica que já vem sofrendo?
Miserável até poucos anos atrás, a antiga colônia britânica começou a explorar suas reservas de petróleo e entrou numa rota de crescimento acelerado. O dinheiro despertou os instintos de gângster de Nicolás Maduro. O dinheiro, bem como a oportunidade de ocupar a atenção dos venezuelanos com algo que não seja a desgraça causada pelo seu governo. Afinal, há eleições no horizonte e a oposição tem chances reais de arrancar do poder um regime corrupto e decrépito.
Desta vez, as palavras de Lula têm peso real – não são apenas ruído de fundo. O objetivo primordial, obviamente, é impedir que uma guerra estoure na vizinhança. Mas isso não pode ser feito de modo a conceder vitórias internas e externas a Nicolás Maduro, premiando o seu bullying. Traçar a linha do inaceitável apenas na agressão armada entre países não será suficiente. Será preciso deixar claro a tiranetes como o venezuelano que recorrer a ameaças externas para solucionar dificuldades políticas locais é intolerável.
Veremos se o Brasil, sob Lula, é mesmo capaz de exercer liderança regional. Mais do que o ridículo, é a desmoralização completa que nos aguarda se o presidente petista sucumbir aos seus vícios de sempre – o antiamericanismo, o encantamento com autocratas – em vez de agir com justiça.
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