O governo Donald Trump entrou com uma ação judicial nesta quinta, 6, contra o estado de Illinois, o condado de Cook e a cidade de Chicago, alegando que as leis locais e estaduais de proteção a imigrantes ilegais interferem nas operações do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) dos Estados Unidos.

Autoridades do Departamento de Justiça afirmaram ao New York Post que esta é a primeira de várias ações planejadas contra estados e cidades que adotam políticas semelhantes.

O processo judicial cita normas que limitam a cooperação entre as autoridades locais e os agentes federais de imigração.

O Illinois Trust Act, aprovado em 2017, impede a polícia estadual e local de atuar na aplicação de leis federais de imigração. Já a “ordenança de Chicago”, criada em 2012 durante a gestão do então prefeito Rahm Emanuel, proíbe a detenção de indivíduos com base apenas no status imigratório.

De acordo com a ação, essas legislações violam normas federais que exigem o compartilhamento de informações entre os governos estaduais e o governo federal, prejudicando a identificação de imigrantes que podem estar sujeitos à deportação.

O Departamento de Justiça também acusa Illinois e Chicago de não cumprirem os chamados “detainers” — solicitações federais para a detenção temporária de indivíduos sob custódia local até que agentes do ICE possam intervir.

Pam Bondi, que assumiu o cargo de procuradora-geral dos EUA, destacou que a ação é parte de uma estratégia maior. “Líderes de Illinois e Chicago abusaram de seu poder ao obstruir a aplicação das leis federais, colocando em risco a segurança pública”, disse Bondi em comunicado ao New York Post, prometendo novas ações legais contra outras cidades com políticas semelhantes.

Em operações recentes em Chicago, realizadas no final de janeiro, agentes do ICE detiveram diversos indivíduos durante incursões em residências e prisões locais. Segundo o governo Trump, essas operações estão alinhadas com a promessa de intensificar as deportações e garantir o cumprimento das leis imigratórias.

O diretor do ICE, Tom Homan (foto), declarou que as políticas locais dificultam a prisão de imigrantes ilegais, acusando essas cidades de criarem “refúgios para criminosos”.

O processo judicial, que pode chegar à Suprema Corte, é visto por analistas como um teste para o confronto jurídico entre o governo federal e as jurisdições locais que se autodenominam “cidades santuário”.