Trump agora avalia se “é ou não viável” acabar com a guerra na Ucrânia, diz Rubio
EUA não pressionaram Putin, mas ameaçam lavar as mãos e "seguir em frente", apesar das promessas do presidente de alcançar a paz

O secretário de Estado americano, Marco Rubio, sinalizou nesta sexta-feira, 17, que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avalia se “é ou não viável” acabar com a guerra na Ucrânia.
“Se não for possível acabar com a guerra na Ucrânia, precisamos seguir em frente”, disse Rubio a jornalistas.
Segundo o secretário, o governo Trump decidirá “em questão de dias se isso é ou não viável nas próximas semanas”.
Marco Rubio, no entanto, não deixou claro se os Estados Unidos simplesmente abandonariam seu esforço para alcançar um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia ou abandonariam completamente os compromissos com Kiev.
“[Trump] passou 87 dias no mais alto nível deste governo, repetidamente fazendo esforços para acabar com esta guerra. Agora estamos chegando a um ponto em que precisamos decidir e determinar se isso é possível ou não”, seguiu.
Ao New York Times, o diretor da Nova Rede de Pesquisa Geopolítica em Kiev, Mykhailo Samus, disse que uma saída americana das negociações de paz seriam um reconhecimento aberto da “impotência” de Trump em relação à invasão russa à Ucrânia.
“Isso põe em causa a assinatura de um acordo sobre recursos estratégicos entre os EUA e a Ucrânia”, acrescentou.
O Ministério da Economia da Ucrânia informou na quinta, 17, que Washington e Kiev assinaram um memorando de entendimento como um “passo em direção a um acordo de parceria econômica conjunta”, o que tornaria o abandono americano da Ucrânia uma possibilidade remota.
“Previsível, preguiçoso e absurdo”
“Previsível, preguiçoso e absurdo: os EUA não tomaram nenhuma medida concreta para pressionar Moscou – nada! – enquanto culpam Kiev pela guerra”, comentou Luke Harding, do jornal britânico The Guardian, autor de um livro intitulado (em tradução livre) “Invasão: a guerra sangrenta da Rússia e a luta da Ucrânia por sobrevivência”.
“Complacente com Putin e duro com Zelensky, regime Trump agora adverte que em breve vai lavar as mãos nos seus ‘esforços’ para mediar acordo de paz na Ucrânia. Na campanha, Trump prometeu acabar a guerra em 24 horas”, comentou também Caio Blinder.
No X, Marco Rubio publicou a foto do encontro dos representantes dos EUA com líderes europeus, realizado, segundo ele, “para conversar sobre como podemos parar a matança e alcançar uma paz justa e sustentável”. Trump “deixou claro: a hora de acabar com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia é agora”, escreveu o secretário.
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Trump não é um “grande fã” de Zelensky
Na quinta-feira, 17, após se reunir com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni na Casa Branca, Trump disse não ser um “grande fã” do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
“Não o estou culpando, mas o que estou dizendo é que eu não diria que ele fez o melhor trabalho… Não sou um grande fã”, afirmou.
Trump repetiu a narrativa de que a Rússia não teria invadido a Ucrânia se ele estivesse no poder.
“Não responsabilizo Zelensky [pela guerra da Rússia], mas não estou exatamente entusiasmado com o fato de essa guerra ter começado. Foi uma guerra que nunca teria começado se eu fosse presidente”, continuou.
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