O editorial do The Telegraph, intitulado “O cuidado com a saúde de transgêneros deve evitar causar dano”, publicado nesta quinta, 5, faz uma crítica contundente ao sistema de saúde do Reino Unido em relação ao tratamento de crianças com alegada disforia de gênero.

Segundo o texto, a publicação do relatório final do Cass Review em abril confirmou as “piores preocupações” sobre os serviços de identidade de gênero, revelando como uma ala da comunidade médica, influenciada por ativistas trans, promoveu tratamentos “radicais e irreversíveis”, que a maioria dos pacientes não necessitava. O editorial alerta que muitos jovens podem sofrer com arrependimentos futuros por decisões tomadas precipitadamente e sem pleno entendimento.

O National Health Service (NHS) do Reino Unido aceitou todas as recomendações do relatório, incluindo o desenvolvimento do primeiro serviço para tratar pacientes trans que desejam reverter para o sexo biológico.

A matéria também destaca o fechamento da clínica Tavistock, substituída por oito centros especializados que agora adotarão uma abordagem mais “holística” no tratamento de jovens que questionam sua identidade de gênero. Outro ponto mencionado é a decisão do governo de manter a proibição do uso de bloqueadores de puberdade para crianças com disforia de gênero, um movimento que enfrenta críticas de dentro do próprio partido do governo.

O artigo expressa a esperança de que esse “episódio vergonhoso” esteja chegando ao fim, mas aponta que o dano já pode ter sido causado. Jovens adultos podem enfrentar “uma vida inteira de arrependimentos” por decisões que não compreenderam plenamente. Além disso, o texto acusa os ativistas trans de minimizar o impacto dos que se arrependeram e deslegitimar o trabalho de médicos não ativistas, rotulando qualquer crítica ao movimento como “transfobia”.

Por fim, o editorial afirma que o Partido Trabalhista britânico precisará de “muita coragem” para enfrentar o lobby trans, que, embora tenha sido desacreditado, continua a influenciar o debate.