O Estadão informa que Alexandre Giordano, suplente de Major Olímpio, esteve pelo menos três vezes no Paraguai ao lado de executivos da empresa Léros, interessada em comercializar energia de Itaipu. É o que mostram registros de voo divulgados ontem.

No dia 9 de abril, Giordano viajou duas vezes para Assunção em jatos particulares, acompanhado por Adriano Tadeu Deguimerndjian Rosa, executivo da Léros, e o advogado Cyro Dias Lage Neto, além de dois tripulantes. A segunda viagem foi em 25 de junho.

A Léros deve ser investigada por uma CPI criada pelo Congresso paraguaio e que começará a funcionar nos próximos dias. Os parlamentares querem saber como foi feito o acordo com o Brasil pela renegociação da energia de Itaipu.

O advogado José “Joselo” Rodríguez, que se apresentava como assessor jurídico do vice-presidente do Paraguai, Hugo Velázquez, disse em mensagens que a Léros representava a “família presidencial” e o “governo brasileiro”.

“Não tenho nenhuma relação com esse acordo. A Léros me chamou e eu fui lá escutar a proposta da Ande [estatal de energia paraguaia] sobre venda de energia. Existe uma licitação aberta, que é pública. Eu não comprei nada. A própria Léros não assinou nada”, disse Giordano.

Como noticiamos ontem, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, prestou um depoimento de mais de 7 horas na residência oficial, na condição de testemunha. Ele vem sendo atacado pela oposição, que fala em impeachment.