Suécia pede que UE sancione “certos ministros israelenses”
" Vamos pleitear por sanções europeias direcionadas a alguns ministros que apoiam políticas de colonização ilegal e que se opõem ativamente a uma solução de dois Estados", disse ministra de relações exteriores

A ministra das Relações Exteriores da Suécia, Maria Malmer Stenergard, manifestou, na última segunda-feira, 19 de maio, a sua desaprovação em relação ao plano de Israel que visa “assumir o controle” total da faixa de Gaza.
Em uma declaração à AFP nesta terça-feira, 20, Stenergard enfatizou a necessidade de imposição de sanções europeias contra “certos ministros israelenses”, citando a deterioração da situação humanitária dos civis em Gaza.
A ministra afirmou: “A Suécia mantém laços amistosos com Israel, no entanto, é imperativo que elevemos nossa posição. Vamos pleitear por sanções europeias direcionadas a alguns ministros que apoiam políticas de colonização ilegal e que se opõem ativamente a uma solução de dois Estados.”
Stenergard ressaltou que a lista de indivíduos alvo das sanções será discutida no âmbito da União Europeia, onde os ministros das Relações Exteriores dos 27 países membros se encontram nesta terça-feira em Bruxelas:
“Observamos com grande preocupação como o governo israelense tem exacerbado a situação, tanto por meio de suas declarações quanto por suas ações”, acrescentou.
Ela destacou ainda que, ao longo das interações com o governo israelense, a Suécia sempre demandou um acesso humanitário mais efetivo e criticou severamente a falta de garantias nesse sentido.
No dia anterior, Stenergard já havia condenado os esforços israelenses para “tomar controle” total da faixa de Gaza, considerando essa ação como uma anexação “contrária ao direito internacional”. Além disso, fez um apelo para que Israel permita a retomada da assistência humanitária.
No mesmo dia, o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou sua preocupação com o aumento do risco de fome na faixa de Gaza, onde segundo ele, “dois milhões de pessoas estão enfrentando a escassez alimentar”.
A ONU informou nesta terça-feira que obteve autorização para enviar “cerca de 100” caminhões com ajuda humanitária para o território palestino sitiado.
Reino Unido apela por cessar-fogo
O Primeiro-Ministro do Reino Unido, Keir Starmer, também expressou sua profunda preocupação com a recente escalada militar israelense em Gaza, destacando a urgência de um cessar-fogo como condição essencial para a libertação dos reféns.
A declaração foi feita durante uma sessão no Parlamento, após um comunicado conjunto emitido em parceria com o presidente francês Emmanuel Macron e o Primeiro-Ministro canadense Mark Carney.
“Estamos horrorizados com os eventos recentes em Israel”, afirmou Starmer, reiterando seu apelo por um cessar-fogo. Além disso, ele enfatizou a oposição britânica às colônias israelenses na Cisjordânia e solicitou um aumento significativo na assistência humanitária destinada à população de Gaza.
Na mesma linha de ação, o governo britânico decidiu suspender as negociações comerciais para um acordo de livre comércio com Israel.
O Primeiro-Ministro também anunciou que o Ministro das Relações Exteriores, David Lammy, apresentará uma resposta mais detalhada sobre a posição do Reino Unido diante da crise. “Devemos coordenar nossa resposta, pois este conflito se arrasta há tempo demais”, acrescentou Starmer.
Em resposta às ações do governo britânico, o Ministério das Relações Exteriores de Israel criticou as “pressões externas”, afirmando que tais ações não desviarão o país de sua missão de defender sua segurança e existência frente a inimigos.
O comunicado expressou que se o governo britânico estiver disposto a prejudicar sua própria economia por conta de uma suposta obsessão anti-israelense e questões políticas internas, essa é uma decisão que lhes compete.
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