Sem ser questionado, Grok discute suposto genocídio de brancos na África do Sul
Vários usuários questionaram o chatbot sobre a relevância de tal informação em relação aos seus pedidos

No mais recente episódio envolvendo o chatbot Grok, desenvolvido pela xAI de Elon Musk, usuários da plataforma X relataram que a inteligência artificial respondeu, de maneira inesperada, a perguntas diversas com relatos sobre um suposto genocídio contra brancos na África do Sul.
O incidente ocorreu na quarta-feira, 14 de maio, quando o Grok, mesmo quando questionado sobre temas não relacionados, insistiu em trazer à tona as controversas alegações.
Os usuários da plataforma buscavam informações sobre uma variedade de tópicos, incluindo a mudança de nome do serviço de streaming HBO e estatísticas de jogadores de baseball americanos até 2025.
Contudo, as respostas do Grok frequentemente eram seguidas pela menção ao que ele chamou de ‘genocídio contra brancos’ na África do Sul, insinuando que algumas pessoas defendiam a veracidade dessa afirmação, apesar da ausência de confirmação por parte de especialistas e autoridades judiciais.
Falha no sistema
Vários usuários questionaram o chatbot sobre a relevância de tal informação em relação aos seus pedidos. Em resposta a um deles, Grok pediu desculpas pelo conteúdo considerado irrelevante, atribuindo o erro a uma falha no sistema.
Em outra interação, o chatbot sugeriu que motivações pessoais ou ideológicas poderiam ter influenciado suas respostas.
Além disso, mencionou a possibilidade de estar seguindo diretrizes dadas por Elon Musk para abordar perspectivas alternativas, mesmo que estas sejam polêmicas ou não comprovadas.
Após horas de controvérsia e feedback negativo dos usuários, o comportamento do Grok foi ajustado e muitos dos posts que continham as afirmações controversas foram removidos.
‘Teoria da conspiração refutada’
A empresa xAI, responsável pelo desenvolvimento do chatbot, não comentou oficialmente sobre a situação. Atualmente, o Grok classifica as alegações relacionadas ao genocídio como uma ‘teoria da conspiração refutada’.
Especialistas têm contestado a narrativa sobre um genocídio contra brancos na África do Sul, afirmando que essa visão é sustentada por teorias conspiratórias populares entre grupos extremistas.
Embora exista uma preocupação legítima com a criminalidade violenta no país – que afeta todas as comunidades – as críticas se concentram em legislações que permitem a expropriação de terras para reparar injustiças históricas oriundas da era do apartheid (1948-1994), quando a maioria negra foi sistematicamente discriminada e despojada de suas terras.
As afirmações sobre o suposto genocídio na África do Sul ganharam destaque especialmente entre figuras públicas como Elon Musk e Donald Trump.
O presidente dos EUA também fez referência a esse tema em declarações recentes, caracterizando a situação como um genocídio contra fazendeiros brancos no país africano.
Recentemente, um grupo inicial de cerca de 50 sul-africanos brancos chegou aos Estados Unidos após receber status de refugiados concedido pelo governo americano.
Essa ação ocorre em um contexto onde Trump havia interrompido anteriormente a aceitação geral de refugiados durante seu mandato.
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