O ator e comediante britânico Sacha Baron Cohen entrou na polêmica que envolve a plataforma chinesa TikTok, líder mundial em compartilhamento de vídeos curtos, e a comunidade judaica. Uma carta do terrorista Osama Bin Laden, escrita em 2002, viralizou no TikTok e levantou preocupações sobre o uso da plataforma para radicalização dos jovens e a disseminação de mensagens antissemitas.

Segundo The New York Times, executivos da plataforma chinesa foram confrontados numa videoconferência privada na quarta-feira, 15, por mais de uma dúzia de personalidades judaicas e influenciadores sobre a alegada leniência do TikTok com a propagação de discursos antissemitas. O encontro foi promovido após a publicação de uma carta aberta em que várias celebridades diziam que a plataforma “não é segura para judeus”.

Entre as celebridades, além de Sacha Baron Cohen, estava a comediante Amy Schumer e a atriz Debra Messing (a Grace de Will & Grace). O encontro virtual foi liderado por Adam Presser, chefe de operações do TikTok, e Seth Melnick, chefe global de operações para usuários da plataforma, ambos judeus e baseados nos EUA. O TikTok tem 150 milhões de usuários no país.

“Vergonha de vocês!”, exclamou Cohen na videochamada. As celebridades e influenciadores descreveram como o TikTok não impediu uma enxurrada de comentários como “Hitler estava certo” ou “espero que você acabe como Anne Frank” em vídeos postados por eles e outros usuários judeus.

“Se você pensar no dia 7 de outubro, a razão pela qual o Hamas foi capaz de decapitar jovens e estuprar mulheres foi que eles foram alimentados com imagens desde que eram crianças pequenas que os levaram a odiar”, disse Cohen no encontro. Para o ator, “o TikTok criou o maior movimento antissemita desde os nazistas”.

Parlamentares americanos voltaram a pedir o banimento do TikTok no país. A plataforma é um produto da chinesa ByteDance e há suspeitas de que promova, em seu feed, temas que interessem ao governo chinês.

Sacha Baron Cohen é judeu praticante, formado em história pela Universidade de Cambridge e sua linha de pesquisas focava em questões relacionadas a preconceito e antissemitismo.