Rússia pressiona Brasil por maior apoio na guerra da Ucrânia
O chanceler russo Serguei Lavrov reuniu-se na quarta-feira com Celso Amorim, em Moscou
O chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, pressionou o Brasil a adotar uma postura mais favorável à narrativa de Moscou sobre a guerra na Ucrânia. Em encontro na capital russa com o assessor presidencial Celso Amorim, Lavrov pediu maior “compreensão acerca das causas fundamentais” do conflito, ou seja, a versão russa dos motivos da invasão, em 2022.
A reunião entre Lavrov e Celso Amorim ocorreu na quarta-feira, 28, durante a 13ª Reunião Internacional de Altos Representantes para questões de segurança, com foco em ações cibernéticas.
Em comunicado oficial, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que Lavrov e Amorim trocaram opiniões sobre a conjuntura internacional e destacaram a intenção de ampliar a coordenação entre Moscou e Brasília em organismos multilaterais, como ONU, G20 e BRICS, que o Brasil preside neste ano.
O Brasil é visto por Moscou como aliado. Há três semanas, o presidente Lula participou da celebração dos 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial ao lado do ditador Vladimir Putin e outros líderes autocráticos.
Lula na festa militar de Putin
Lula defendeu sua presença na festa militar de Putin. A celebração, transformada em demonstração de força pelo líder russo, gerou críticas internacionais e dentro do Brasil.
Segundo Lula, as reações negativas — sobretudo na Europa — são uma “exploração política”.
“A Europa deveria estar festejando no dia de ontem. […] Graças ao que aconteceu em 1945, o nazismo que tomava conta da Alemanha foi derrotado”, afirmou.
O presidente minimizou o uso político do evento por Putin e reforçou que a posição do Brasil sobre a guerra na Ucrânia é “muito sólida”, em referência à proposta de paz defendida com a China: “Essa guerra só pode acabar se os dois quiserem”.
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Lula esteve ao lado de ditadores como Nicolás Maduro (Venezuela) e Aleksandr Lukashenko (Belarus) no desfile da vitória, que exibiu tanques da Segunda Guerra e drones usados na guerra contra a Ucrânia.
Enquanto Lula discursava em Moscou, líderes de França, Alemanha, Polônia e Reino Unido faziam uma visita surpresa a Kiev. Emmanuel Macron, Donald Tusk, Friedrich Merz e Keir Starmer anunciaram um plano de cessar-fogo de 30 dias e ameaçaram novas sanções contra a Rússia.
A ida de Lula a Moscou também provocou reação do governo ucraniano, que afirmou que o brasileiro perdeu credibilidade como possível mediador da guerra.
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Comentários (4)
Andre Luis Dos Santos
29.05.2025 21:44Como bons CANALHAS que sao, CA, MV e Nine provavelmente vão dar no em pingo d'água pra tentar explicar um maior apoio ao "Putinho".
ALDO FERREIRA DE MORAES ARAUJO
29.05.2025 15:53Temos algum tipo de armamento que Putin esteja precisando? Se tivermos, Lula dirá que ampliou o comércio internacional do Brasil.
Ana Maria
29.05.2025 15:48É isso que dá ficar abraçando Putin como se abraca um irmão
Joaquim Arino Durán
29.05.2025 15:22Não perdeu credibilidade, porque nunca teve.