Richard Dawkins contra o delírio da ideologia de gênero
O autor da obra "Deus, Um Delírio", desligou-se da Fundação ateísta a qual pertencia devido à remoção de um artigo que defendia que o gênero é uma construção biológica.
O biólogo britânico Richard Dawkins, autor da obra “Deus, Um Delírio”, desligou-se da Fundação ateísta a qual pertencia devido à remoção de um artigo que defendia que o gênero é uma construção biológica.
Dawkins acusou a fundação de se submeter à “histeria” provocada pela cultura do cancelamento, sugerindo que estava sendo imposta uma nova forma de dogma relacionado ao transgenderismo.
O biólogo já expressou apoio à escritora J.K. Rowling diante das críticas recebidas por suas opiniões sobre gênero.
A controvérsia não se limita a Dawkins; outros cientistas proeminentes, como Jerry Coyne e Steven Pinker, também expressaram sua indignação diante da crescente intolerância a visões que contestam as narrativas woke vigentes.
Coyne criticou a ideologia de gênero ao apontar que suas características lembram dogmas religiosos: “A ideologia de gênero ignora evidências científicas em prol de crenças pessoais.” Steven Pinker, por sua vez, se manifestou em solidariedade a Coyne, reiterando as preocupações levantadas.
Culturalmente cristão
Em entrevista à rádio britânica LBC, em abril de 2024, Dawkins afirmou considerar-se “culturalmente cristão”, reconhecendo que suas raízes estão ligadas a essa tradição. Esta nova perspectiva contrasta com suas opiniões anteriores, nas quais todas as religiões eram vistas como ilusórias.
Essa transformação na postura de Dawkins não é um caso isolado. Diversas outras personalidades públicas têm demonstrado um crescente reconhecimento das implicações do declínio da religiosidade tradicional no Ocidente.
Com a diminuição da influência cristã, surgem alternativas como o radicalismo progressista e o islamismo, ambos intolerantes às liberdades individuais valorizadas por muitos ateus. O geneticista considera que, dentre as opções disponíveis atualmente, o Cristianismo parece ser a alternativa mais alinhada com o bom senso e os direitos individuais.
Dawkins expressou preocupação com a possibilidade de perder elementos culturais ligados ao cristianismo, como as igrejas e catedrais, apesar de não ter abraçado a fé cristã propriamente dita.
Durante uma entrevista que gerou controvérsia, ele afirmou que preferiria o cristianismo ao Islã, citando aspectos que considera mais aceitáveis da primeira religião em comparação com as doutrinas muçulmanas, hostis em relação às mulheres e à comunidade LGBTQIA+.
Dawkins também expressou descontentamento com ações políticas como a celebração do Ramadã em Londres pelo prefeito Sadiq Khan, enquanto eventos cristãos significativos passaram despercebidos.
Para ele, isso é um sinal preocupante de que a sociedade pode estar se afastando de seus fundamentos culturais. Embora permaneça ateu, ele aprecia e valoriza aspectos da tradição cristã, entendendo a importância da sua conservação.
Leia também: A estupidez autoritária da ideologia de gênero já foi longe demais
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (1)
Rodrigo Werneck
02.01.2025 14:09A mudança de postura não é contraditória, pois ele se refere à cultura judaico-cristã, e não às religiões propriamente ditas.