No dia 9 de dezembro de 2022, a vida do líder da oposição na Rússia e ex-deputado municipal de Moscou, Ilya Yashin, Tomou um rumo drástico. Ele é uma das várias figuras da oposição detidas na Rússia recentemente. Ele foi sentenciado a uma pena de oito anos e meio por declarações feitas em seu canal no YouTube sobre supostos crimes de guerra cometidos pelas forças russas na região de Kyiv, capital Ucrânia.

Crime de “divulgação de informações falsas”

O governo russo criminalizou a “propagação de informações falsas” sobre suas forças armadas pouco depois de enviar tropas para a Ucrânia em fevereiro de 2022. As críticas de Yashin à ação do governo de Putin durante a crise ucraniana custaram-lhe a liberdade.

Julgamentos e opiniões políticas

Em suas palavras finais à sentença, Yashin, 40 anos, nomeou Putin como “o responsável por este massacre”, acrescentando que “é melhor passar 10 anos atrás das grades como um homem honesto do que silenciosamente arder de vergonha pelo sangue que seu governo derrama”.

Vladimir Kara-Murza, um político de oposição e ex-assistente de Boris Nemtsov, outro político de oposição que foi assassinado em Moscou em 2015, também enfrentou a justiça. Ele foi condenado a 25 anos de prisão por traição e outras acusações, as quais negou e comparou a um julgamento stalinista.

Outras figuras políticas enfrentam destino semelhante

O ex-comandante da milícia nacionalista, Girkin, também conhecido como Igor Strelkov, foi condenado a quatro anos por incitar o extremismo após insultar Putin. Girkin tinha publicamente considerado a ideia de concorrer contra Putin nas eleições presidenciais de março, dizendo que poderia fazer melhor que o veterano líder russo.

Três advogados de Navalny foram detidos em outubro suspeitos de pertencer a um “grupo extremista”. Dois outros advogados, Olga Mikhailova e Alexander Fedulov, ambos fora da Rússia, foram adicionados à lista de procurados do Ministério do Interior da Rússia.

Com essas prisões e condenações, fica claro que a Rússia está restringindo as liberdades civis, silenciando as vozes da oposição e centralizando ainda mais o poder nas mãos de Vladimir Putin e seu governo.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy alertou na sexta-feira que os russos que votarem em Putin nas eleições do próximo mês devem estar cientes de que estão votando para um assassino.