Alexei Navalny, a voz mais enérgica contra o presidente russo Vladimir Putin, faleceu nesta sexta-feira, 16, em uma penitenciária no Círculo Polar Ártico. Ex-advogado e ativista anticorrupção, Navalny, de 47 anos, serviu mais de três anos de prisão. A causa exata de sua morte permanece desconhecida, segundo relatórios locais.

O ativista ganhou reconhecimento em 2008, quando começou a expor a corrupção dentro dos conglomerados russos. Navalny entrou no mundo da política e chamou a atenção de muitos por suas campanhas audaciosas contra a corrupção e convocação de protestos. Apesar de várias tentativas de assassinato e prisões, ele continuou seus esforços para combater a corrupção, ganhando a aprovação de 37% dos russos em 2013.

Navalny acreditava que Putin estava drenando a Rússia através de um “Estado feudal” que concentrava o poder no Kremlin. Sua mensagem consistente era que o sistema de clientelismo era semelhante à Rússia czarista.

Casos de vida ou morte

Navalny quase perdeu a vida em agosto de 2020, quando foi envenenado na Sibéria. Recuperando-se na Alemanha, constatou-se que ele havia sido envenenado com um agente nervoso específico para os serviços de inteligência russos. Mesmo ciente de um possível aprisionamento, Navalny retornou à Rússia em 17 de janeiro de 2021. Ele foi rapidamente preso sob a acusação de violar os termos de sua condicional.

Navalny foi posteriormente encarcerado na colônia penal de Vladimir, a cerca de 100 quilômetros de Moscou. Em março de 2022, sua sentença foi aumentada em nove anos quando foi declarado culpado de novas acusações de peculato e desrespeito ao tribunal. Em agosto de 2023, recebeu uma pena adicional de 19 anos por formar e financiar organizações extremistas. Navalny afirmou que essas sentenças eram uma tentativa de assustar outros oponentes de Putin.

O ativista fez um apelo antes do julgamento para que os russos resistissem aos “vilões e ladrões do Kremlin”. Navalny deixa um legado de resistência e desafio ao status quo na Rússia.