A Espanha realizará eleições gerais antecipadas neste domingo (23), convocadas pelo primeiro-ministro, Pedro Sánchez, após seu partido perder nos pleitos regionais de maio.

O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), legenda de centro-esquerda de Sánchez, está seis pontos atrás do seu tradicional rival, o Partido Popular (PP), de centro-direita.

Um terceiro partido também chama atenção na disputa. O Vox, de direita radical, está assegurando a terceira posição segundo as pesquisas e pode formar coalizão com o PP.

Abaixo, um perfil dos três principais candidatos:

Pedro Sánchez (PSOE), de 51 anos, é o primeiro-ministro da Espanha desde 2018. Ele assumiu o poder depois da moção de censura que derrubou o último governo do PP, então manchado por escândalos de corrupção.

O governo Sánchez trouxe resultados econômicos a nível nacional positivos, mesmo com a pandemia e a guerra na Ucrânia, e não possui nenhum escândalo de corrupção até o momento.

O que pesa contra o socialista é a brandura com a qual lidou com os separatistas da Catalunha, que tentaram a secessão um ano antes de ele assumir o poder. Sánchez também é muito criticado por se aliar, no parlamento, a ex-terroristas do ETA, extinto grupo separatista basco.

Alberto Núñez Feijóo (PP; foto), de 61 anos, é senador da República pela comunidade autônoma da Galícia, província do noroeste espanhol que faz fronteira com Portugal, com quem compartilha história e cultura.

Feijóo foi governador da Galícia por quatro mandatos consecutivos, estando no poder de 2009 a 2022.

Discreto, o líder do PP é conhecido por seu perfil humilde e conciliador. Ele sempre deixou claro que não queria assumir a liderança do PP, mas se deixou ser escolhido por ser um nome de consenso e que se provou capaz de ressuscitar o partido queimado pela corrupção.

Santiago Abascal (Vox; foto), de 47 anos, é deputado e fundador do Vox, partido de direita radical. Ele criou a legenda em 2014, após abandonar o PP por considerá-lo centrista demais.

Abascal é um nacionalista espanhol que defende a centralização do poder em Madri e a revogação de autonomias regionais. Seu partido cresceu ao longo da década passada com o medo dos separatismos, em especial do catalão.

Ele também é controverso por seu constante apreço ao ex-ditador Francisco Franco e por seu desprezo a minorias, em especial LGBTs e muçulmanos, e seu negacionismo quanto ao aquecimento global.