Primeiro-ministro do Haiti se rende ao crime e renuncia
Gangues ameaçavam iniciar uma guerra civil no país se Ariel Henry não renunciasse ao cargo
Pressionado pela onda de violência que tomou conta do Haiti, o primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, renunciou ao cargo nesta segunda-feira, 11.
A decisão foi anunciada em um vídeo publicado nas redes sociais. Em mensagem à nação, Ariel Henry afirmou que será instalado um conselho de transição.
“Há mais de uma semana, nosso país vive um aumento dos atos de violência contra a população”, afirmou o agora ex-primeiro-ministro.
“O governo que lidero renunciará imediatamente após a instalação de um conselho [de transição]”, acrescentou. “Quero agradecer ao povo haitiano pela oportunidade que me foi concedida.”
“Peço a todos os haitianos que mantenham a calma e façam tudo o que puderem para que a paz e a estabilidade voltem o mais rápido possível”, completou.
A renúncia havia sido antecipada pelo presidente da Guiana e atual líder da Caricom (Comunidade do Caribe), Irfaan Ali, após uma reunião em caráter de urgência do grupo na Jamaica.
Ariel Henry está em Porto Rico desde que retornou de uma viagem ao Quênia.
Estado de emergência e fuga em massa de presidiários
O governo do Haiti decretou estado de emergência em Porto Príncipe, capital do país, após uma gangue armada invadir uma penitenciária e liberar cerca de 4 mil detentos.
Ação dos criminosos resultou na morte de pelo menos dez pessoas.
Na quinta-feira, 7, o estado de emergência foi prorrogado por um mês.
Ameaça de guerra civil no Haiti
Barbecue, um poderoso líder de uma das gangues que assolam o Haiti ameaçou iniciar uma “guerra civil” se Ariel Henry não renunciasse ao cargo.
“Se Ariel Henry não renunciar, se a comunidade internacional continuar a apoiá-lo, caminharemos para uma guerra civil que levará ao genocídio”, disse num comunicado Jimmy Cherizier, apelidado de Barbecue.
Desde a semana passada, gangues armadas que controlam grandes áreas do Haiti, incluindo a capital, Porto Príncipe, lançaram ataques em vários locais estratégicos para derrubar o primeiro-ministro.
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