O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol (foto), pediu desculpas neste sábado, 7 de dezembro, por decretar e revogar a lei marcial em menos de 24 horas, após forte pressão do Parlamento e manifestações populares. A medida, a primeira desde a redemocratização em 1987, autorizava o uso de militares para controlar a situação política e restringia direitos civis.

Yoon anunciou a lei na noite de terça-feira, 3, enviando tropas ao Parlamento, mas o decreto foi rejeitado por deputados da oposição, que têm maioria na Assembleia Nacional. 

Sob forte pressão política e protestos de rua, o presidente revogou a medida na madrugada de quarta-feira, 4.

Em um discurso transmitido pela TV, Yoon afirmou neste sábado que a decisão foi motivada por “urgência” diante de uma situação que julgou crítica, mas reconheceu o impacto negativo. 

“Provoquei ansiedade e inconveniência à população. Peço desculpas sinceras aos cidadãos que se sentiram angustiados”, disse.

Pedido de impeachment

Parlamentares de seis partidos sul-coreanos de oposição, incluindo o Partido Democrático da Coreia (DPK, na sigla em inglês) apresentaram na quarta-feira, 4, um pedido de impeachment contra o presidente Yoon Suk-yeol.

A medida foi adotada horas após Yoon declarar lei marcial no país, proibindo qualquer tipo de atividade política, como greves, manifestações e protestos. A lei marcial foi rejeitada pela Assembleia Nacional sul-coreana.

Os 191 parlamentares dos seis partidos da oposição participaram da apresentação da moção de impeachment do presidente da Coreia do Sul.

“Nós buscaremos que Yoon seja punido por traição pela lei marcial inconstitucional e ilegal”, disse o porta-voz do DPK, Jo Seoung-lae.“Nós registraremos uma queixa contra Yoon, o ministro da Defesa Kim Yong-hyun e o ministro do Interior Lee Sang-min, e buscaremos impeachment deles”, acrescentou.

O presidente, porém, pode sobreviver àvotação de impeachment depois que legisladores do partido governista boicotaram o parlamento neste sábado.