“Precisamos trazer nossas crianças de volta”, diz Zelensky
Inteligência afirmou que milhares de crianças ucranianas foram sequestradas e levadas ao país do ditador Vladimir Putin
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, usou sua conta no X, antigo Twitter, para agradecer aos países parceiros o apoio após a Principal Diretoria de Inteligência da Ucrânia (HUR) afirmar que mais de 20 mil crianças foram sequestradas pela Rússia desde a invasão em 2022.
“A Rússia afirmou que levou centenas de milhares dos nossos filhos. Somente os piores criminosos fazem essas coisas. Devemos trazer nossos filhos de volta. Agradeço ao Qatar e a outros parceiros por nos ajudarem neste esforço. Juntamente com os nossos parceiros, também estamos trazendo de volta os nossos soldados capturados“, escreveu o presidente ucraniano.
“Juntos, estamos trazendo de volta crianças ucranianas que foram deportadas para a Rússia dos territórios ocupados do nosso país. Sabemos, com certeza, que cerca de 20 mil crianças ucranianas foram sequestradas e levadas para a Rússia. Sabemos seus nomes“, afirmou Zelensky.
“Genocídio cultural”
A HUR criou um banco de dados de “todos os envolvidos na deportação de crianças ucranianas: funcionários que tomam decisões, [e] participantes de organizações de ‘reeducação’ de jovens”, entre os quais estão cúmplices ucranianos de militares russos.
Os mais de 200 indivíduos nomeados foram categorizados como “organizadores” ou “executores” da deportação. O banco de dados lista os nomes oficiais de cada um, sua data e local de nascimento, número de imposto, cargo ou ocupação oficial e descrição de seu envolvimento nos sequestros.
Entre os que foram nomeados está Maria Lvova-Belova, comissária da Rússia para os direitos das crianças e alvo de mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) ao lado do ditador russo Vladimir Putin por seu papel no rapto de crianças ucranianas.
O banco de dados também inclui chefes de administrações locais e organizadores de acampamentos juvenis na Rússia destinados a “russificar” as vítimas.
Até o momento da reportagem, cidadãos bielorrussos como Dzmitry Shautsou, chefe da unidade bielorrussa da Cruz Vermelha, suspenso por seu papel no sequestro de crianças ucranianas, não haviam sido incluídos no banco de dados.
Agradecimentos de Zelensky
Zelensky também agradeceu a ajuda dos países que enviaram recursos de guerra para a Ucrânia:
“Agradeço a todos no mundo que nos ajudam com sistemas de defesa aérea que salvam as vidas do nosso povo, especialmente os melhores sistemas Patriot. Os Estados Unidos, a Alemanha, a Holanda e outros parceiros que nos ajudam, muito obrigado.”
Em abril, a Ucrânia sofreu um ataque aéreo russo que resultou na destruição da maior central elétrica da região de Kiev. Zelensky revelou que a falta de defesas aéreas eficazes tornou o país impotente para evitar esse ataque.
De acordo com o chefe de Estado, a Rússia disparou 11 mísseis contra a usina de Trypilska. As defesas aéreas ucranianas conseguiram derrubar os primeiros sete mísseis, mas os quatro restantes conseguiram atingir e destruir completamente a usina.
Acabaram os mísseis da Ucrânia
Em entrevista à PBS NewsHour, Zelensky destacou que essa situação ocorreu porque o país não possuía mísseis suficientes para se defender. Ele alertou repetidamente os aliados sobre a fragilidade das defesas aéreas ucranianas, especialmente após a Rússia retomar os ataques à infraestrutura energética do país.
“Juntamente com os parceiros, defendemos a vida e uma ordem mundial baseada em regras. Estamos trabalhando para obter sistemas de defesa aérea, armas e drones. Juntos, também treinamos os nossos soldados, combatemos as ameaças cibernéticas e restauramos as infraestruturas energéticas danificadas pelo terror russo“, informou Zelensky no X
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