O silêncio do Itamaraty
O Itamaraty irá aguardar a reunião do embaixador brasileiro em Tel Aviv com Israel para se manifestar sobre as declarações de Lula
O Ministério das Relações Exteriores, de Mauro Vieira (foto), irá aguardar a reunião do embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, com Israel para se manifestar sobre as declarações de Lula comparando a operação militar israelense na Faixa de Gaza ao Holocausto dos judeus na Segunda Guerra Mundial.
A estratégia do Itamaraty é se manter em silêncio para não escalar a crise diplomática entre os dois países.
Segundo O Globo, a pasta espera que o governo israelense não vá além da convocação do embaixador brasileiro, que irá se apresentar formalmente na chancelaria de Israel nesta segunda-feira, 19.
Lula volta a atacar Israel
No domingo, 18, o presidente Lula voltou a atacar Israel e comparou as operações militares na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus promovido por Adolf Hitler.
“Sabe, o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula durante entrevista a jornalistas no hotel em que está hospedado em Adis Abeba, capital da Etiópia.
Na quinta-feira, 15, durante encontro com o ditador egípcio Abdel Fattah al-Sisi, no Cairo, Lula havia afirmado que Israel tem “a primazia” de não cumprir as decisões proferidas pela Organização das Nações Unidas (ONU).
“Israel tem a primazia de descumprir, ou melhor, de não cumprir nenhuma decisão emanada da direção das Nações Unidas.”
A reação israelense
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou como “vergonhosas” e “graves” as falas do petista. Para o premiê, as declarações “banalizam” o Holocausto e tentam “prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender”.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, também se manifestou sobre as declarações de Lula e afirmou que o presidente brasileiro “traz uma grande vergonha a seu povo”.
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) divulgou uma nota em repúdio às declarações de Lula e classificou a fala do petista como uma “distorção perversa” da realidade. Afirmou ainda que as falas ofendem a “memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes”.
Já o grupo terrorista Hamas agradeceu a Lula pela declaração, que classificou como “precisa”.
Ao contrário do Itamaraty, o Palácio do Planalto emitiu uma nota no domingo, dizendo que Lula “condenou desde o dia 7 de outubro os atos terroristas do Hamas. O fez diversas vezes. E se opõe a uma reação desproporcional e ao sofrimento de mulheres e crianças na Faixa de Gaza”.
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