A recente formação de um novo governo no Paquistão gerou uma certa sensação de alívio diante dos temores de instabilidade política. Porém, uma crise econômica total ainda permanece como uma possibilidade real e ameaçadora.

Frente Política: Esperança de Maior Estabilidade

O maior partido do país, a Liga Muçulmana do Paquistão-Nawaz (PML-N), alcançou o apoio do segundo maior, o Partido Popular do Paquistão (PPP), e está tentando formar uma coalizão majoritária. Esse movimento por uma maior coalizão poderia trazer alguma estabilidade para a nação com armamento nuclear após as eleições indecisas da semana passada.

Preocupações Econômicas Continuam

Por outro lado, a realidade econômica no país é preocupante. As reservas cambiais do Paquistão estão por volta de $8 bilhões, que mal cobrem dois meses de importações essenciais. Além disso, espera-se um pagamento de um bônus de $1 bilhão em dois meses, o que reduzirá ainda mais as reservas, embora o país esteja recebendo uma injeção já aprovada de $700 milhões do FMI. “É imperativo (entrar em outro programa do FMI)… Não há alternativa”, afirmou o ex-vice-governador do banco central, Murtaza Syed.

A relação dívida-PIB do Paquistão já ultrapassa os 70% e tanto o FMI quanto as agências de classificação de crédito estimam que os pagamentos de juros sobre sua dívida absorvam entre 50% e 60% das receitas governamentais este ano. Essa é a pior relação de qualquer economia considerável no mundo.

A Questão da Dívida Externa

A dívida externa do Paquistão – em grande parte denominada em dólares – é fortemente influenciada por credores bilaterais e multilaterais, que compõem cerca de 85% do total. A dívida em títulos representa apenas 8% do total da dívida externa e 3.4% da dívida pública total. Isso é ofuscado pelos quase 13% da dívida total que o país deve à China, que emprestou dinheiro ao Paquistão ao longo dos anos para projetos de infraestrutura e outros tipos de gastos.

Alta da Inflação e Queda da Moeda

Uma combinação de aumentos de impostos e tarifas de gás e uma queda acentuada da moeda rupee levou a inflação a quase 30% ano a ano. Espera-se que a inflação diminua mais adiante este ano, mas permanecerá acima da meta do banco central de 5-7% por algum tempo, segundo economistas. A rupee deverá cair ainda mais.

Para contextualizar, a taxa de câmbio implícita no relatório mais recente da equipe do FMI é de 305 rupees para o dólar para este ano fiscal e 331 por dólar em FY 24/25, níveis que são aproximadamente 8% e 15% mais fracos do que a taxa de câmbio atual.

A situação delicada do Paquistão ressalta a urgência de ações efetivas para evitar uma crise total.

Por outro lado, no cenário político britânico, a vantagem do Partido Trabalhista sobre os Conservadores caiu 7 pontos percentuais, segundo uma pesquisa da Savanta divulgada na quarta-feira, após o partido da oposição abandonar uma meta de gastos verdes e enfrentar alegações de antissemitismo.