Milei admite “clara derrota” em Buenos Aires e promete acelerar reformas

14.11.2025

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Milei admite “clara derrota” em Buenos Aires e promete acelerar reformas

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Alexandre Borges
4 minutos de leitura 08.09.2025 04:46 comentários
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Milei admite “clara derrota” em Buenos Aires e promete acelerar reformas

Peronismo vence por 13 pontos e conquista maioria no Senado provincial; governo atribui escândalo que envolve Karina Milei a “operação” e obtém liminar contra divulgação de áudios

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Milei admite “clara derrota” em Buenos Aires e promete acelerar reformas
José Luis Espert, Milei e Karina. Reprodução/redes sociais

O presidente argentino, Javier Milei, reconheceu na noite de domingo a “clara derrota” de seu partido, La Libertad Avanza (LLA), nas eleições legislativas da província de Buenos Aires e afirmou que “não recuará um milímetro” no programa econômico.

O peronismo, reunido sob a sigla Fuerza Patria, obteve cerca de 47% dos votos, ante 33,8% do LLA, segundo a autoridade eleitoral provincial.

A disputa, realizada no maior colégio eleitoral do país, foi tratada como teste para as legislativas nacionais de domingo, 26 de outubro.

A Junta Eleitoral da província informou que a participação foi próxima de 63% e que o peronismo venceu em seis das oito seções eleitorais.

Com a apuração provisória, a Fuerza Patria deve ocupar 13 das 23 cadeiras em disputa no Senado provincial e 21 das 46 na Câmara; o LLA, 8 e 18, respectivamente.

A província concentra cerca de 40% do eleitorado argentino e responde por mais de 30% do PIB, o que amplifica o impacto político do resultado.

No comitê do LLA em La Plata, Milei abriu a fala admitindo o revés e, em seguida, reafirmou o rumo do ajuste fiscal, privatizações e desregulação.

“O rumo está confirmado, vamos aprofundá-lo e acelerá-lo”, disse o presidente.

O discurso buscou conter o efeito da derrota sobre a agenda de reformas, cuja aprovação depende do fortalecimento da base legislativa nas eleições nacionais.

Do outro lado, o governador Axel Kicillof interpretou o placar como recado direto ao governo federal.

Em pronunciamento, afirmou que “o presidente terá de corrigir o rumo” e cobrou a reversão de cortes em saúde, educação, ciência e cultura.

Para o governo provincial, a vitória garante governabilidade com maioria própria no Senado e expansão da bancada na Câmara.

A campanha ocorreu sob o desgaste do caso que envolve Karina Milei, irmã do presidente e secretária-geral da Presidência.

Em agosto, áudios atribuídos ao então chefe da Agência Nacional de Deficiência (Andis), Diego Spagnuolo, citaram um suposto esquema de propinas ligado a compras de medicamentos.

O governo exonerou Spagnuolo por decreto publicado no Boletim Oficial e classificou o material como parte de “operação” ilegal de inteligência.

Na semana passada, um juiz federal concedeu liminar que proibiu a divulgação de novos áudios gravados dentro da Casa Rosada, medida que foi alvo de recurso apresentado por juristas.

Levantamento da consultoria Management & Fit apontou que a maioria dos moradores de Buenos Aires avalia o caso como grave e atribui responsabilidade à secretária-geral, o que aumentou a pressão política.

A Casa Rosada sustenta que as acusações são falsas e que o processo judicial comprovará a montagem, enquanto a oposição exige explicações públicas e acesso integral ao material apreendido.

O resultado em Buenos Aires superou as margens previstas por pesquisas e acendeu alerta no governo para outubro.

Embora indicadores econômicos mostrem desaceleração da inflação, que caiu de patamar superior a 200% em 2023 para níveis próximos de 40% ao ano no meio deste ano, segundo o instituto de estatísticas (Indec), o alívio de preços ainda convive com renda deprimida e câmbio volátil.

O Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial projetam crescimento de 5,5% em 2025, mas a recuperação depende de estabilidade política para aprovar reformas.

A poucos dias do início da campanha nacional, a derrota na província mais populosa fragiliza a estratégia de ampliar cadeiras no Congresso.

Milei aposta em acelerar medidas por decreto e negociar pauta mínima com governadores, enquanto a oposição tenta unificar discurso em torno de serviços públicos e renda.

O tabuleiro sairá reconfigurado de Buenos Aires: com maioria no Senado provincial e avanço na Câmara, o peronismo ganha fôlego para liderar a resistência às mudanças estruturais no plano federal.

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