México recebeu mais de 4.000 deportados na primeira semana Trump
O México recebeu 4.094 deportados, conforme relatado pela presidente Claudia Sheinbaum em uma coletiva de imprensa

Durante a primeira semana da nova administração de Donald Trump, o México recebeu 4.094 deportados, conforme relatado pela presidente Claudia Sheinbaum em uma coletiva de imprensa realizada nessa segunda-feira, 27 de janeiro.
O retorno do republicano à Casa Branca coincide com um discurso rígido em relação à crise migratória, resultando em uma série de decretos que visam intensificar as operações de deportação contra imigrantes indocumentados, o que tem gerado um aumento da pressão na fronteira entre os dois países.
Apesar desse cenário, Sheinbaum destacou que não houve mudanças significativas no número de repatriações desde os Estados Unidos. “Não houve um aumento substancial”, declarou.
A presidente também comentou o embate entre Trump e Gustavo Petro, presidente da Colômbia, no fim de semana, quando ambos discutiram questões migratórias. “O essencial é agir sempre com racionalidade, defendendo a soberania de cada país e promovendo o respeito mútuo entre nações e povos”, afirmou.
Sheinbaum fez um apelo por calma entre seus parceiros latino-americanos após a tensão gerada pela negativa da Colômbia em permitir o pouso de aviões com deportados.
A presidente mexicana optou por não se envolver diretamente nas controvérsias diplomáticas, mesmo mantendo afinidade ideológica com o governo colombiano, ciente da necessidade de preservar boas relações com a Casa Branca e proteger os interesses de mais de cinco milhões de mexicanos indocumentados nos EUA.
“A relação com os Estados Unidos é especial”, enfatizou. “Estamos obrigados a manter uma boa convivência”.
Acordo migratório
A presidente informou que quatro aviões com deportados aterrissaram no Aeroporto Internacional Felipe Ángeles durante esse período, embora também haja registros de retornos terrestres. Ela ressaltou que a maioria dos deportados é composta por cidadãos mexicanos.
Uma das principais preocupações do governo mexicano é que o endurecimento das políticas migratórias dos EUA resulte na necessidade de acolher deportados de outras nacionalidades. Assim, busca-se um acordo com Trump para assumir apenas um número restrito desses casos, o que se tornou um dos pontos críticos nas negociações entre os dois governos.
“É um medo constante que temos; nada está definido ainda”, comentou Sheinbaum sobre a possibilidade de um acordo migratório com Trump. O governo expressa confiança em que seus aliados regionais possam assumir responsabilidade por seus cidadãos e dialogar com Washington para evitar novas tensões.
“Os Estados Unidos têm mantido comunicação fluida com outros governos, especialmente na América Central”, observou. “Até agora, temos tido uma relação baseada no respeito mútuo e no diálogo”, acrescentou sobre os contatos já estabelecidos com Trump.
“México te abraza”
Recentemente, o governo anunciou o lançamento do plano ‘México te abraza’, destinado a fornecer acesso a apoios sociais aos mexicanos que forem deportados ou decidirem retornar ao país.
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