A oposição venezuelana denunciou “bloqueio” por parte do regime de Maduro, para impedir o registro de Corina Yoris como candidata. María Corina Machado, por sua vez, garantiu que existe uma “manobra” do regime para impedir que a sua indicada concorra às eleições presidenciais.

“Alerto os venezuelanos e o mundo sobre a manobra em curso para impedir a inscrição na CNE da candidata de toda a unidade democrática da Venezuela, Corina Yoris”, disse Machado nas suas redes sociais.

Corina Yoris foi aclamada por Corina Machado, pelos seus seguidores e pela opinião pública pelo seu extenso currículo acadêmico, no entanto esta opção não foi alcançada e porque Maduro tenta decidir quem pode ou não se candidatar.

Código de acesso

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela tinha aberto períodos virtuais para cada coligação indicar os seus candidatos, mas não o fez – nem de última hora – com os dois cartões da oposição, UNT (Um novo tempo) e MUD (mesa da unidade democrática), para que pudessem completar o registro de Corina Yoris, indicada por María Corina Machado devido à manutenção de sua injusta e injustificável inabilitação política.

Os representantes legais da oposição tentaram durante todo o fim de semana registrar o nome de Corina Yoris na plataforma digital da CNE, mas nunca lhe deram o código de acesso, como aconteceu com os restantes candidatos chamados “escorpiões”, por trairem a oposição e jogar a favor do regime.

Yoris chegou a ser acusada pela ex-ministra Iris Varela de ter dupla nacionalidade: uruguaia e venezuelana, algo que foi negado pela própria acadêmica.

“Nunca optei por outra nacionalidade“

“Nego categoricamente a informação que circula sobre a minha suposta dupla nacionalidade. Nasci em Caracas, os meus pais nasceram na Venezuela e nunca optei por outra nacionalidade que não a venezuelana”, escreveu Yoris nas suas redes sociais.

A oposição esperou até ao último minuto para poder registrar o nome de Corina Yoris, alternativa que Machado apresentou na passada sexta-feira, 22, mas foi impossível.

Nicolás Maduro sabe que o candidato que não passar por um acordo com María Corina Machado, que concentra a intenção de voto e emergiu como líder da opinião pública que quer mudanças, não terá chance. Por isso ele aceita outros candidatos, mas não aquele indicado por ela.