Maduro acusa governo Trump de prejudicar repatriação de migrantes
Ditador afirma que revogação da licença da petrolífera Chevron para operar na Venezuela prejudicou acordo com EUA

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro (foto), afirmou que a revogação da licença da petrolífera americana Chevron para operar no país prejudicou o acordo com os Estados Unidos para repatriar migrantes deportados.
“Agora, temos um probleminha, porque com isso que eles fizeram, danificaram as comunicações que havíamos aberto”, disse Maduro no sábado, 8, sem citar a Chevron diretamente. Segundo o ditador, a decisão impactou os voos programados para levar de volta migrantes venezuelanos.
Os EUA e a Venezuela, que romperam relações diplomáticas em 2019, haviam conseguido a repatriação de 366 venezuelanos após uma reaproximação em janeiro, quando Maduro recebeu um emissário de Donald Trump, Richard Grenell, para discutir deportações e prisioneiros americanos.
Os voos eram operados pela estatal Conviasa, que transportou grupos de venezuelanos de El Paso (Texas) e da base militar de Guantánamo, em Honduras.
De acordo com o “Wall Street Journal”, o regime de Maduro informou a Washington que não aceitará mais migrantes após a revogação da licença.
Trump justificou a medida como resposta à falta de transparência nas eleições presidenciais venezuelanas de julho, que Washington não reconhece.
A Venezuela produz cerca de um milhão de barris de petróleo por dia, sendo mais de 200 mil da operação da Chevron, destinados aos EUA.
Maduro garantiu que a produção de petróleo não será afetada. “Não cairá um litro, nem um barril”, afirmou.
Trump cancela acordo petrolífero
Em 26 de fevereiro, Trump anunciou a revogação de concessões feitas pelo ex-presidente Joe Biden em 2022, que permitiam a atuação da Chevron na Venezuela.
Em sua rede Truth Social, Trump afirmou que reverteria o “acordo de transação de petróleo”, alegando que Maduro não cumpriu as condições eleitorais acordadas.
O governo Biden havia aliviado sanções em 2022 para estimular negociações entre Maduro e a oposição. Em abril de 2024, grande parte das restrições foi retomada devido ao descumprimento dos compromissos eleitorais pelo regime chavista.
Trump também acusou Maduro de não aceitar a repatriação de migrantes “no ritmo acordado”.
O governo venezuelano reagiu rapidamente. A vice-presidente Delcy Rodriguez chamou a decisão de “prejudicial e inexplicável” e acusou a oposição de instigar a medida.
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