Agora que Marine Le Pen foi confirmada no segundo turno da eleição francesa, convém resgatar uma entrevista que concedeu, no fim de 2016, à Foreign Affairs, a principal publicação sobre relações internacionais do mundo. Na conversa, Le Pen explicou o que significa o Frexit. Vale a pena ler:

“Você realmente acha que um referendo para o Frexit é concebível?

Eu, pelo menos, estou pensando nisso. O povo francês foi traído em 2005. Ele disse não à Constituição Europeia; políticos de direita e de esquerda a impuseram, contra o desejo da população. Eu sou uma democrata. Acredito que ninguém além do povo francês deve decidir seu futuro e tudo que afete sua soberania, liberdade e independência.

Então, sim, eu organizaria um referendo sobre a questão. E, baseada no que acontecesse nas negociações das quais tomaria parte, eu diria ao franceses “Ouçam, eu obtive o que desejava e penso que poderemos permanecer na União Europeia”, ou “Eu não consegui o que esperava, e acredito que não há outra solução a não ser deixar a União Europeia.”

Você não se preocupa que a França fique economicamente isolada, se deixar a Zona do Euro?

Essas foram exatamente as mesmas críticas feitas contra o General De Gaulle em 1966, quando quis deixar o comando integrado da Otan. Liberdade não é isolamento. Independência não é isolamento. O que me impressiona é que a França sempre foi muito mais poderosa sendo a França do que sendo uma província da União Europeia. Eu desejo redescobrir essa força.”