Justiça boliviana decreta nova ordem de prisão contra Morales
Ex-presidente responde a crimes de abuso sexual e tráfico de pessoas

A Justiça da Bolívia emitiu uma nova ordem de prisão contra o ex-presidente Evo Morales, após ele se ausentar pela segunda vez de uma audiência sobre acusações de tráfico de pessoas e abuso de menores na região de Cochamba;
Na audiência, o juiz Nelson Rocabado determinou o mandado de prisão, além do congelamento de contas e retenção de bens.
A defesa de Morales alega que o ex-presidente é “inocente” e está sendo “perseguido politicamente, porque não existe o devido processo legal”:
“Por isso o mandado de prisão e a denúncia formal são ilegais, nunca notificaram ele. Que nos mostrem que os auxiliares do Ministério Público chegaram a sua casa, isso não existe“, afirmou o advogado Jorge Pérez.
Antes da audiência, apoiadores do cocalero penduraram faixas e cartazes com palavras de apoio a Morales.
Quatro dias antes, dois cocaleros foram presos durante protestos na capital La Paz contra a crise econômica no país e exigindo que os processos contra o cocalero sejam retirados.
Protestos
Os apoiadores viajaram 100 km até a capital boliviana para prestar apoio a Morales.
Eles alegam que o presidente, Luis Arce, promove uma conspiração político-judicial para retirá-lo das eleições de agosto.
O Supremo Tribunal já definiu, porém, que Morales não será candidato.
O ex-presidente permanece cercado pelo sindicato dos cocaleros em Cochabamba desde setembro do ano passado.
Ao longo do último ano, os cocaleros bloquearam as principais vias do país em protestos contra o governo Arce.
Estima-se que o prejuízo tenha sido no valor de US$ 1 bilhão.
Acusações
O ex-presidente boliviano é alvo de sete denúncias de abuso de menores na região de Cochabamba.
Em uma delas, o cocalero responde por estupro a uma menor, de 15 anos, com quem teria tido uma filha. Neste julgamento, os pais da suposta vítima são acusados de participação no suposto crime.
A Argentina também abriu uma investigação sobre Morales em novembro, também por tráfico de pessoas e abuso sexual.
O ex-presidente viveu na Argentina por um ano após deixar o poder em 2019, quando renunciou à presidência em meio a uma crise política e acusações de fraude eleitoral.
Ele teria convivido com quatro adolescentes menores no período em que teve asilo político na Argentina, entre 2019 e 2020, no governo de Cristina Kirchner.
As adolescentes foram levadas da Bolívia para realizar trabalhos domésticos na casa em que ele vivia.
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