Israelense libertado não sabia que mulher e filhas estavam mortas
Eli Sharabi foi libertado pelo Hamas neste sábado após passar 491 dias em cativeiro

Imagens da cerimônia de propaganda do Hamas em Gaza, realizada na manhã deste sábado, 8, mostram Eli Sharabi sendo forçado a falar no palco antes de ser libertado. Ao retornar a Israel, ele descobriu que sua esposa e filhas haviam sido mortas no ataque do grupo terrorista em 7 de outubro de 2023.
Questionado em hebraico por um atirador mascarado do Hamas, que comandava a cerimônia, Sharabi afirmou ao microfone:
“Estou muito, muito feliz hoje por retornar à minha família e amigos, à minha esposa e minhas filhas.”
Quando chegou em segurança com as Forças de Defesa de Israel (IDF), Sharabi revelou aos soldados que esperava ver sua esposa e filhas. Mais tarde, foi informado por sua mãe e irmã sobre a perda.
Sharabi havia sido sequestrado de sua casa no Kibutz Be’eri durante o massacre, enquanto sua esposa Lianne e suas filhas, Noiya, de 16 anos, e Yahel, de 13, foram assassinadas no ataque.
O irmão de Sharabi, Yossi, também foi morto, e o corpo dele está sob a posse do Hamas.
Além de Sharabi, os outros dois reféns libertados neste sábado, Ohad Ben Ami e Or Levy, também foram obrigados a falar durante a cerimônia antes de serem entregues à Cruz Vermelha.
Palco do Hamas
A libertação dos reféns ocorreu em Deir Al-Balah, no centro de Gaza, e foi transmitida ao vivo. Eles foram entregues à Cruz Vermelha por homens armados do Hamas, que montaram um cenário com bandeiras do grupo, imagens de blindados israelenses destruídos e soldados mortos em bombardeios.
Os três foram conduzidos a um pódio e forçados a responder perguntas de um homem mascarado enquanto militantes os escoltavam.
O governo israelense condenou a cerimônia organizada pelo Hamas e as condições dos reféns.
“As imagens chocantes que vimos hoje não ficarão sem resposta”, afirmou o gabinete do premiê Benjamin Netanyahu. O presidente de Israel, Isaac Herzog, classificou o ato como “cínico e cruel”, enquanto o Fórum das Famílias dos Reféns comparou a cena à libertação dos campos de concentração nazistas em 1945. “Temos que tirar todos os reféns do inferno”, declarou a organização.
A libertação faz parte de um acordo em curso entre Israel e o Hamas. Em troca, Israel soltará 183 prisioneiros palestinos, incluindo 18 que cumpriam pena de prisão perpétua e 54 condenados a longas sentenças. Outros 111 foram detidos em Gaza durante o conflito Israel-Hamas.
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