Incêndios em delegacias de polícia de Porto Príncipe aumentam tensão no Haiti
Crise humanitária no Haiti se intensifica com gangues incendiando delegacias e pedindo renúncia do primeiro-ministro Ariel Henry.
Porto Príncipe, a capital do Haiti, está sob barricadas de fogo enquanto gangues pedem a deposição do primeiro-ministro Ariel Henry. De acordo com mídias locais, a mais recente alvo de ataques tem sido a delegacia de polícia localizada no movimentado mercado ao ar livre de Salomon. Estas ações de violência têm comprometido até mesmo o tráfego aéreo da capital haitiana.
Primeiro-ministro Haitiano é impedido de retornar ao país
A escalada de violência coincidiu com a ausência do primeiro-ministro Ariel Henry, que se encontrava em um encontro regional quando os ataques foram intensificados. O líder haitiano tentou o retorno a Port-au-Prince na última terça-feira, mas foi impedido, já que o aeroporto internacional permanecia fechado devido à ação de homens armados que tentavam assumir o controle do local.
Como resultado, Henry desembarcou em território estadunidense, em Puerto Rico. Dias antes, o chefe de governo havia feito uma visita ao Quênia, na tentativa de criar uma força multinacional africana para ajudar na restauração da ordem no Haiti.
Ataques coordenados agravam crise humanitária no Haiti
Na ausência de Henry, gangues locais aumentaram suas ofensivas, realizando uma série de ataques coordenados. Entre os alvos estavam o aeroporto, prédios governamentais, duas prisões – das quais liberaram milhares de presos – além da Academia Nacional de Polícia.
O cenário resultante é de grande preocupação para a população local e organismos internacionais. Em entrevista ao programa Newshour da BBC, Ulrika Richardson, coordenadora humanitária da ONU no Haiti, descreveu a situação no país como “extremamente preocupante e alarmante”.
Gangues exigem renúncia do primeiro-ministro
Apesar da intensificação dos ataques, as gangues não expressaram claramente suas exigências além da renúncia do primeiro-ministro Ariel Henry. O líder da gangue G9, Jimmy “Barbecue” Chérizier, ex-policial, ameaçou que, se Henry não se demitir, haverá uma “guerra civil” que pode culminar em “genocídio”.
Diante da tensão no Haiti, nações do Caribe e os EUA instaram o primeiro-ministro a tomar medidas para “finalizar um acordo político”. Irfaan Ali, presidente da Guiana e atual presidente do organismo regional Caricom, afirma que é necessário “uma solução política para âncorar quaisquer esforços de estabilização de segurança e humanitários”.
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