Ideologia de gênero: um crime contra uma geração
No Reino Unido, mais de 70 crianças, com apenas três e quatro anos de idade, foram encaminhadas para o Serviço de Desenvolvimento de Identidade de Gênero.
A jornalista e feminista Julie Bindel, fundadora de uma iniciativa chamada The lesbian Project, escreveu, em 27 de dezembro, um artigo no Daily Mail no qual critica a ideologia de gênero como “nada menos que um crime contra uma geração.
Ela afirma no artigo que, quando criança, queria ser menino. Isso porque, desde cedo, percebia que meninos tinham mais liberdade que meninas, além de não precisarem usar vestidos desconfortáveis e ter brinquedos mais legais. O mesmo vale, obviamente, para meninos, que podem estar menos interessados em futebol e carros e, em algum momento, ter comportamentos mais próximos do imaginário das meninas.
Isso não significa sequer que a criança venha a se tornar um adulto gay ou uma adulta lésbica muito menos que precise fazer um tratamento para mudança de sexo. Hoje em dia, porém, se uma menina se interessar mais por futebol do que pela Barbie ela e seus pais podem acreditar que seus problemas serão resolvidos se ela “se tornar” um menino.
Bindel observa que, ao longo última geração, a sociedade felizmente deixou de obrigar as crianças a serem meninos e meninas adequados, mas que agora “tudo isso mudou de uma forma muito perturbadora.”
Segundo a jornalista e ativista lésbica, essa “mania atual de mudança de gênero, mutilação genital e tratamento hormonal prejudicial” é “um regresso aos maus velhos tempos de forçar as crianças a papéis específicos de gênero – só que agora, qualquer sinal de ser diferente é medicalizado.”
O seu artigo foi escrito após a revelação, feita pelo Daily Mail, de que mais de 70 crianças, com apenas três e quatro anos de idade, foram encaminhadas para o Serviço de Desenvolvimento de Identidade de Gênero.
O Centro Tavistock
GIDS, Serviço de Desenvolvimento de Identidade de Gênero, é uma clínica de saúde que opera no Reino Unido e é especializada em trabalhar com crianças com problemas de identidade de gênero, incluindo disforia de gênero. Ela é gerida pela Tavistock and Portman NHS Foundation Trust desde 1989.
O Serviço de Desenvolvimento de Identidade de Gênero (Gids) foi provisoriamente interditado após receber duras críticas e será substituído por dois centros regionais. O encerramento da clínica de gênero para crianças na Inglaterra e no País de Gales está previsto para março de 2024.
A clínica de Tavistock foi classificada como “inadequada” pelos inspetores que a visitaram no final de 2020, depois que o programa Newsnight da BBC relatou as preocupações dos denunciantes.
Em julho do ano passado, o NHS England anunciou que o Gids fecharia na primavera de 2023, após o relatório provisório da Dra. Hilary Cass que chamou o serviço único de “insustentável”. O NHS England disse que o cronograma foi revisado devido à complexidade envolvida.
Segundo a matéria do Dayly Mail, pesquisas recentes mostraram que houve um crescimento surpreendente no número de jovens vistos lá na última década, de 136 em 2010-11 para 3.585 em 2021-22. Um relatório mostrou que 12 crianças de três anos foram encaminhadas para a clínica durante esse período, junto a mais 61 crianças de quatro anos, 140 crianças de cinco anos e 169 crianças de seis anos.
Um escândalo nacional
Julie Bindel ficou chocada com a informação, o que a levou a escrever o artigo, no qual afirmou: “É uma loucura pensar que crianças dessa idade tenham alguma ideia sobre identidade de gênero ou disforia de gênero. Pergunte como eles se identificam e eles dirão a primeira coisa que lhes vier à cabeça. Claro que algumas crianças dirão que querem ser do sexo oposto, a vida sempre foi assim” e continua, explicando que é simplesmente errado pensar que tais meninos ou meninas precisam de intervenção médica.
Segundo ela, mesmo as raras crianças com problemas mais graves precisam de ajuda psicológica, em vez de serem iniciadas em tratamentos com bloqueadores da puberdade, hormônios sexuais e cirurgia:
“Estas crianças em idade pré-escolar estão sendo colocadas em um caminho que poderá, em última instância, levá-las à castração ou à mutilação genital irreversível quando atingirem a idade de 18 anos. É nada menos do que um crime contra uma geração inteira”.
Os defensores da intervenção precoce apontam o aumento da procura por mudança de gênero nos últimos anos como prova de uma procura reprimida, mas, segundo Julie Bindel “não é nada disso, é uma espécie de contágio social alimentado por ativistas, pais fanáticos, assistentes sociais e, naturalmente, sites de redes sociais como o TikTok”.
A jornalista denuncia ainda que muitas vezes os assistentes sociais aceitam a ideologia de gênero e tendem a querer “resolver” os problemas das crianças problemáticas, sugerindo que podem ser trans.
Os jovens impressionáveis e confusos se agarram à última moda que pensam poder resolver os seus problemas – a mudança de gênero. Os assistentes sociais com motivações ideológicas os empurram, então, para a Clínica Tavistock, “que procura patologizar a sua confusão e infelicidade e muitas vezes sugere que interromper a puberdade com drogas é a resposta.”
Bindel então conclui: “É um escândalo nacional que centenas dos nossos jovens sejam empurrados para uma cirurgia irreversível em nome da ideologia progressista”.
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