Hermès: Onde foi parar $12 bilhões de herdeiro do grupo de luxo?
Bilionário francês Nicolas Puech alega que um ex-gestor de fortunas teria sumido com uma parcela de suas ações da empresa fabricante de artigos de luxo.
Em mais um capítulo do enigma que envolve a herança do bilionário francês Nicolas Puech, um tribunal suíço rejeitou, em julho de 2024, alegações de que um ex-gestor de fortunas teria papel no desaparecimento de uma significativa parcela de suas ações da Hermès International.
Puech, agora com 81 anos, havia criado polêmica no ano anterior ao revelar planos de deixar seu patrimônio para seu jardineiro.
No entanto, de acordo com seus advogados, ele já não possui mais essa fortuna – especificamente, cerca de 6 milhões de ações avaliada em cerca de 12 bilhões de euros na fabricante de artigos de luxo Hermès.
Herdeiro da Hermès: uma Reviravolta Judicial
O tribunal de apelações em Genebra, em sua decisão de julho, não encontrou provas de má administração por parte do gestor financeiro Eric Freymond.
De acordo com os documentos judiciais, não havia evidências de que Puech tenha sido enganado ou que sua fortuna foi administrada de forma inapropriada, embora parte das ações tenha sido vendida ao longo de duas décadas.
O que aconteceu com as ações da Hermès?
O destino das ações de Puech permanece um mistério.
Durante uma teleconferência de resultados, o presidente executivo da Hermès, Axel Dumas, foi questionado sobre a posse dessas ações, mas afirmou que não há como verificá-las ou controlá-las.
Repercussão na Família Hermès
A semana foi conturbada para a família Hermès, que possui um patrimônio líquido estimado em 155 bilhões de dólares, segundo a Bloomberg.
A tentativa de Bernard Arnault, magnata do grupo LVMH, de adquirir o controle da Hermès há mais de uma década ainda reverbera potencialmente na decisão da justiça suíça.
Apesar das estratégias familiares terem afastado Arnault, Puech foi especialmente afetado, resultando em sua saída do conselho de supervisão da Hermès e a sua condição de pária dentro da família.
Decisão judicial e as consequências
Em 1998, Puech começou a transferir suas ações para bancos suíços sob supervisão de Freymond, com um lucro de 53,7 milhões de euros sendo registrado com a venda de ações até 2010.
Contudo, a decisão judicial recente concluiu que Puech deu voluntariamente todos os poderes a Freymond, inclusive assinando documentos em branco.
A “confiança cega” em Freymond não é indicação de desonestidade, de acordo com o tribunal.
Essa decisão adiciona mais um elemento a longa história de disputas sobre o patrimônio de Puech e sua futura distribuição.
A resolução também traz à tona a complexa relação entre Puech e sua fortuna, levantando dúvidas sobre controles internos de gestão patrimonial em famílias de tão alto poder aquisitivo.
Procurando respostas
Puech argumenta que perdeu a noção de suas posses devido à administração total de Freymond, mas na verdade, sempre teve a opção de revogar os mandatos e observar de perto a evolução de seus ativos.
No entanto, ele parece ter confiado cegamente nas escolhas feitas por seu gestor de fortunas.
A decisão judicial acaba deixando mais perguntas do que respostas, tanto sobre a atuação de Freymond quanto sobre as decisões de Puech ao longo dos anos.
Embora o tribunal tenha exonerado Freymond de qualquer irregularidade, o futuro e a trajetória das ações da Hermès de Puech permanecem envoltos em mistério.
Agora, é esperar os próximos capítulos dessa intrincada história de fortuna, confiança e, possivelmente, traição no seio de uma das famílias mais ricas da Europa.
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