O cenário político na Geórgia enfrentou um agravamento nesta quarta-feira, 4 de dezembro, com a detenção de Nika Gvaramia, líder do principal partido de oposição, em Tbilisi.

Relatos do jornal britânico Guardian indicam que Gvaramia foi removido à força da sede de seu partido, a Coligação para a Mudança, por policiais que o carregaram até um veículo oficial enquanto ele estava inconsciente.

A agressão foi registrada por câmeras de televisão e divulgado nas redes sociais pelo próprio partido.

A mídia georgiana, também citada pelo Guardian, informou que outras sedes de partidos oposicionistas e organizações não governamentais foram alvo de intervenções semelhantes. Entre os detidos está Aleko Elisashvili, líder de um movimento juvenil, além de outros seis membros de diferentes partidos políticos.

Protestos pró-europeus

Essas ações ocorrem em meio a uma série de protestos que já se estendem por sete noites consecutivas, desencadeados pela decisão governamental de suspender as negociações para a adesão à União Europeia.

A repressão policial tem sido uma constante nesses protestos pró-europeus, com episódios anteriores resultando na prisão de figuras políticas de destaque, como Zurab Japaridze.

O Ministério da Administração Interna da Geórgia confirmou a detenção de sete indivíduos sob acusação de “organizar e liderar violência em grupo”, infração que pode resultar em até nove anos de reclusão.

Até o momento, aproximadamente 300 pessoas foram detidas em decorrência das manifestações.

Apoio ao povo georgiano

Em resposta ao cenário tenso na Geórgia, o governo dos Países Baixos anunciou planos para solicitar à União Europeia a suspensão do acordo de vistos com o país caucasiano.

O ministro dos Negócios Estrangeiros neerlandês, Caspar Veldkamp, declarou que a decisão visa demonstrar ao governo georgiano as consequências do caminho escolhido.

Durante um encontro da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) em Malta, Veldkamp expressou intenções de explorar mecanismos da OSCE para apoiar o povo georgiano.

Adicionalmente, Veldkamp elogiou as sanções impostas por países bálticos como Estônia, Letônia e Lituânia a indivíduos específicos.

Em solidariedade às ações dos países bálticos, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciou medidas semelhantes contra 19 pessoas associadas ao governo georgiano.