EUA e Israel trocam farpas, mas mantêm “compromisso de ferro” contra o terror EUA e Israel trocam farpas, mas mantêm “compromisso de ferro” contra o terror
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EUA e Israel trocam farpas, mas mantêm “compromisso de ferro” contra o terror

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Felipe Moura Brasil
5 minutos de leitura 21.06.2024 10:51 comentários
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EUA e Israel trocam farpas, mas mantêm “compromisso de ferro” contra o terror

Após cobranças de Netanyahu e respostas de Blinken e Kirby, autoridades discutem combate aos grupos terroristas Hamas e Hezbollah

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Felipe Moura Brasil
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EUA e Israel trocam farpas, mas mantêm “compromisso de ferro” contra o terror
Foto: Divulgação/Redes sociais

Após troca de farpas (leia cronologia no fim da matéria) entre os governos de Benjamin Netanyahu e Joe Biden sobre o fornecimento americano de armas e munições, altos funcionários de Israel e Estados Unidos se reuniram na quinta-feira, 20, em Washington, para discutir a relação entre os países e o modo de lidar com as ameaças terroristas do Hamas ao sul e do Hezbollah ao norte do território israelense, ambas sob patrocínio do Irã.

O arsenal do Hezbollah, com 150 mil foguetes mais modernos e potentes que os do Hamas, preocupa os dois países democráticos, porque pode sobrecarregar o sistema de defesa aérea Iron Dome (o “Domo de Ferro”), deixando Israel tão vulnerável quanto ficaram diversas cidades da Ucrânia diante dos bombardeios russos.

Participaram das reuniões, pelo lado israelense, o conselheiro de Segurança Nacional, Tzachi Hanegbi, e o ministro de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer; e, pelos EUA, o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, e o secretário de Estado, Antony Blinken.

Qual é a posição dos EUA sobre Israel?

Blinken “reiterou o compromisso de ferro dos Estados Unidos com a segurança de Israel” e debateu negociações em andamento para garantir um acordo sobre reféns e cessar-fogo, segundo nota do Departamento de Estado.

Essas negociações estão empacadas desde que o Hamas respondeu à última proposta de Israel na semana passada com uma longa lista de alterações, das quais, na visão dos EUA, algumas são viáveis, outras não. Desde então mediadores de Catar e Egito tentam convencer o grupo terrorista a reduzir suas demandas.

O secretário de Estado americano “enfatizou a necessidade de tomar medidas adicionais para aumentar a ajuda humanitária em Gaza e planejar a governança, a segurança e a reconstrução pós-conflito”. No início desta semana, as Forças de Defesa de Israel anunciaram pausas táticas diárias ao longo de uma rota específica em todo o sul de Gaza, para permitir a distribuição segura de ajuda. Mas as FDI vêm reclamando da demora da coleta por organizações internacionais, incluindo a ONU.

Já em relação ao planejamento, Netanyahu vem argumentando que nenhum grupo estará disposto a assumir a gestão de Gaza enquanto o Hamas ainda estiver no quadro.

Qual é o risco de guerra entre Israel e Hezbollah?

Blinken “também ressaltou a importância de evitar uma maior escalada no Líbano e chegar a uma resolução diplomática que permita que famílias israelenses e libanesas retornem às suas casas”.

Israel vem buscando empurrar as forças do Hezbollah ao norte para o Líbano, criando uma zona tampão para que residentes israelenses se sintam seguros o bastante para retornar às suas casas. Dezenas de milhares delas foram evacuadas quando o grupo terrorista libanês começou a lançar repetidos ataques às cidades fronteiriças, após o massacre cometido pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.

Israel acredita ter recursos para lançar uma ofensiva contra o Hezbollah, sobretudo depois de encerrar sua ofensiva na cidade de Rafah, no sul de Gaza. Para os EUA, porém, a recusa israelense em promover uma alternativa viável ao governo do Hamas deixará as FDI atoladas na Faixa, drenando recursos necessários para uma campanha militar de sucesso no norte.

Autoridades americanas temem que eventual ofensiva contra o Hezbollah resulte em conflito regional maior, com envolvimento direto do Irã. Elas avaliam que podem intermediar um acordo diplomático para restaurar a paz na fronteira do norte, se primeiro conseguirem negociar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas em Gaza.

Qual foi a troca de farpas entre EUA e Israel?

Na terça, 18, Netanyahu publicou um vídeo, dizendo ser “inconcebível que, nos últimos meses, o governo [Biden] tenha retido armas e munições”. “Deem-nos as ferramentas e terminaremos o trabalho, muito mais rápido”, cobrou e garantiu o primeiro-ministro israelense.

No mesmo dia, Blinken declarou que apenas “uma remessa” de bombas pesadas estava “sob revisão”, em razão de “preocupações com seu uso em uma área densamente povoada como Rafah”; mas que “todo o resto está se movendo” normalmente.

Na quinta, 20, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, foi mais incisivo contra Netanyahu.

“Não sabíamos que aquele vídeo estava chegando. Foi no mínimo desconcertante. Não há qualquer outro país que tenha feito mais ou continuará a fazer mais do que os Estados Unidos para ajudar Israel a se defender. Esses comentários foram profundamente decepcionantes e irritantes para nós.”

Kirby disse não ter “nem ideia” da motivação.

“Você teria que conversar com o primeiro-ministro sobre o que o levou a fazer isso. Mais uma vez: foi irritante e decepcionante para nós, tanto quanto incorreto. Então, é difícil saber exatamente o que ele estava pensando ali.”

No mesmo dia, Netanyahu reagiu no X:

“Estou disposto a absorver ataques pessoais se isso for necessário para Israel obter as armas e munições de que necessita na guerra pela sua sobrevivência.”

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