EUA e China avançam em negociações para reduzir tarifas
Secretário do Tesouro americano fala em “progresso substancial” nas tratativas e promete divulgar mais detalhes na segunda

Os Estados Unidos e a China sinalizaram neste domingo, 11, avanços nas negociações para aliviar a guerra comercial entre os dois países. Autoridades dos dois lados se reuniram durante o fim de semana em Genebra, na Suíça, e classificaram as conversas como produtivas, embora nenhum acordo concreto tenha sido anunciado até o momento.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que houve “progresso substancial” nas tratativas e prometeu divulgar mais detalhes em uma declaração conjunta prevista para esta segunda-feira, 12. Segundo ele, o presidente Donald Trump foi informado sobre os resultados e está satisfeito com os rumos da negociação.
Jamieson Greer, representante comercial americano, também participou das discussões e afirmou que um entendimento foi alcançado para tratar das preocupações de segurança nacional levantadas por Washington em relação às práticas comerciais chinesas.
“É importante compreender a rapidez com que conseguimos chegar a um acordo, o que reflete que talvez as diferenças não tenham sido tão grandes quanto se pensava”, disse.
O vice-primeiro-ministro da China, He Lifeng, líder da delegação chinesa, descreveu os encontros como “francos, aprofundados e construtivos”. Segundo a mídia estatal chinesa, os dois países concordaram em criar um “mecanismo de consulta” permanente para discutir temas econômicos e comerciais, com novas rodadas de negociação já previstas.
Tarifaço
As tratativas ocorrem em meio a uma escalada tarifária iniciada pelo governo Trump, que impôs uma tarifa mínima de 145% sobre todos os produtos importados da China.
Em resposta, Pequim aplicou uma taxa de 125% sobre bens americanos.
As tarifas punitivas vêm provocando rupturas em cadeias globais de suprimento, fechamento de fábricas na China e aumento de preços para empresas e consumidores nos EUA.
A tensão entre as duas maiores economias do mundo tem alimentado temores de recessão global e pressionado os mercados financeiros.
Apesar do tom otimista adotado pelas autoridades, não há confirmação de que as tarifas serão reduzidas. Questionado por repórteres, Bessent evitou dar detalhes e não respondeu se haverá recuos nas taxas já aplicadas.
A reunião em Genebra foi a primeira interação presencial entre os principais negociadores desde a imposição das tarifas. Os encontros ocorreram na residência do embaixador suíço nas Nações Unidas e duraram cerca de sete horas no sábado e mais algumas no domingo.
Reação de Trump
O presidente Donald Trump, em publicação na rede Truth Social, celebrou os avanços deste fim de semana.
“Muitas coisas discutidas, muitas coisas acertadas. Uma reinicialização total negociada de forma amigável, mas construtiva”, escreveu.
Ele acrescentou: “Queremos ver, para o bem da China e dos EUA, uma abertura da China aos negócios americanos. GRANDE PROGRESSO FEITO!!!”
O conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, afirmou em entrevista à Fox News que Pequim está “muito, muito ansiosa” para restabelecer os laços comerciais com os EUA e indicou que novos acordos bilaterais podem ser anunciados em breve, inclusive com outros países.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)