Várias cidades do Iêmen foram tomadas por protestos em massa nesta sexta, 12, após uma série de ataques aéreos realizados pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido. Em Sanaa e outras cidades, os protestos foram marcados por bandeiras de Israel e dos EUA sendo pisoteadas por manifestantes enfurecidos.

Mohammed Ali Al-Houthi, membro do Conselho Político Supremo Houthi, em um pronunciamento aos manifestantes, acusou os Estados Unidos de terrorismo, referindo-se ao país como “o Diabo”.

Os Houthis, grupo rebelde aliado e financiado pelo Irã que controla grande parte do Iêmen, intensificaram suas ações na Mar Vermelho. Eles ameaçaram atacar todos os navios com destino a Israel e advertiram empresas internacionais a não utilizarem portos israelenses, estendendo o escopo do conflito para além das fronteiras de Gaza.

A sequência de ataques dos hutis tem inviabilizado parte das rotas comerciais da região. Grandes empresas de navegação, como MSC e Maersk, suspenderam as operações na área, levando a uma queda de 14% no tráfego de petroleiros pelo Canal de Suez desde novembro.

Estes ataques no coração de uma das rotas marítimas mais importantes do mundo sinalizam uma escala com consequências que extrapolam a região. Em dezembro de 2023, o confronto se intensificou quando o Maersk Hangzhou foi atacado. As forças de segurança do navio e helicópteros da Marinha dos EUA responderam prontamente, afundando três embarcações hutis, marcando a 22ª tentativa de ataque do grupo rebelde desde outubro. O Maersk Hangzhou, apesar de atingido por um míssil, continuou navegável, sem feridos.

A crise no Iêmen não é recente. Mergulhado em conflitos há anos, o país também enfrenta uma das piores crises humanitárias do mundo.

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