Esquerda e extrema esquerda se unem contra Macron e Le Pen
Após discussões ao longo da segunda-feira, 10 de junho, as forças de esquerda na França chegaram a um acordo para apresentar candidatos únicos em cada círculo eleitoral no primeiro turno das eleições legislativas.
“O Nupes morreu, viva a nova frente popular”. Esta foi a mensagem de unidade enviada pelos partidos de esquerda quarenta e oito horas após a dissolução da Assembleia Nacional por Emmanuel Macron. Objetivo da frente popular: “Construir uma alternativa a Emmanuel Macron e combater o projeto racista da extrema direita”.
Após discussões ao longo da segunda-feira, 10 de junho, as forças de esquerda na França chegaram a um acordo para apresentar candidatos únicos em cada círculo eleitoral na primeira volta das eleições legislativas.
A união das quatro forças de esquerda (socialistas, insubmissos, comunistas e ecologistas) em uma “frente popular” para as eleições legislativas antecipadas de 30 de junho e 7 de julho foi considerada a única solução para evitar que o partido de Le Pen, Rassemblement Nationale (RN) obtenha a maioria absoluta e, portanto, consolide um governo no início de julho.
Nada indicava que a esquerda conseguiria esse acordo tão rapidamente. Depois de uma violenta campanha entre socialistas e os insubmissos (LFI), a hipótese de um acordo incluindo os dois grupos não era óbvia. Mas o receio de verem Jordan Bardella (RN) como novo primeiro- ministro falou mais alto que as suas divergências.
O vice-presidente do Rassemblement Nacional (RN), Sébastien Chenu, por sua vez, criticou o acordo entre os principais partidos de esquerda (LFI, PS, PCF e Ecologistas): “É o acordo da vergonha. Este é o acordo que quer nos fazer esquecer o antissemitismo da France insoumise. A extrema esquerda domina a esquerda, Jean-Luc Mélenchon domina.”
Gabriel Attal contra a nova frente popular
O atual primeiro-ministro falou pela primeira vez desde a derrota macronista nas eleições europeias e da subsequente dissolução da Assembleia e criticou o acordo selado na noite de segunda-feira, 10 de junho, entre as esquerdas, denunciando a inclusão do partido de extrema esquerda, La France Insoumis (LFI) como “vergonhoso.”
O chefe do Governo, em seu rápido pronunciamento, disse acreditar que a votação marcada para daqui a três semanas permitirá aos franceses fazer “uma escolha social”. “A escolha entre quem respeita as regras e as pessoas; entre aqueles que obtiveram resultados econômicos sem precedentes e o caos financeiro e social”, afirmou Attal, atacando também o Rassemblement Nacional (RN), grande favorito nas eleições: “Estamos comprometidos porque sabemos que com o RN o remédio seria pior que a doença.”
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